Filme do Dia: The Little House (1952), Wilfred Jackson

 


The Little House (EUA, 1952). Direção: Wilfred Jackson. Rot. Original: Bill Peet & William Cottrell. Música: Paul J. Smith.

Ainda que a antropormofização (curiosamente dessa vez de imóveis e não de animais como habitual) e a docilidade com que tudo é narrado ainda sejam o cerne dessa animação, como reza a tradição do estúdio, percebe-se aqui uma veia de comentário social subliminar que, assim como seu tema contemporâneo, ainda se encontram longe de freqüentar os longas mais caros do estúdio. Os valores familiares são os que combinam com a felicidade da pequena casa e sua gradual degradação é a degradação de um tecido social que de rural se torna urbano, impessoal, violento e poluído, poluição essa inclusive visual e sonora. À saída para um final feliz é a mudança da casa, há muito tempo para ser alugada e completamente isolada diante da especulação imobiliária, para um novo recomeço no campo, que tal como a vida de um novo casal recém-casado, sinaliza evidentemente para a abertura desse curta. É lógico que é bom terminar na cena inicial do casal apaixonado, pois senão se poderia novamente imaginar toda a sucessão degradante ocorrida na experiência passada pela casa. Existe igualmente  um comentário ressentido de uma classe média simpática e que representa os verdadeiros valores americanos contra uma aristocracia pedante cujo triste fim, digno dos piores vilãos dos contos de fada dos longas, será morrerem queimados em um incêndio. Jackson foi um dos diretores mais ativos do período no estúdio, co-dirigindo longas como Cinderela, Alice no País das Maravilhas e Peter Pan, além de já ser um veterano de longa data, assinando algumas Silly Symphonies do início dos anos 30 tais como Egyptian Melodies e, no tema da antropormofização de imóveis, O Velho Moinho. A música e, principalmente a narração over, são elementos funcionais  de redundância dramática. Walt Disney Prod. para RKO Radio Pictures. 8 minutos e 18 segundos.

 

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