Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#53: Colômbia

 


Colômbia. O país sul-americano mais alinhado com as políticas dos Estados Unidos, a Colômbia tem sido assaltada por problemas, especialmente conflitos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), guerrilhas marxistas relacionadas ao tráfico de drogas, desde o final da aliança liberal-conservadora, em 1974. Com uma população próxima dos 45 milhões de habitantes, a Colômbia é o segundo país mais populoso da América do Sul e o único que possui limites com os oceanos Atlântico e Pacífico. Pode ser dividida em cinco regiões geográficas: as montanhas dos Andes no centro e no sul, a floresta úmida amazônica no sudoeste, as planícieis escassamente povoadas e ricas em petróleo de Orinoquía no centro-oeste, e as regiões costeiras pacífica e caribenha (atlântica) no oeste e norte, respectivamente. 

As produções de cinema chegaram relativamente tarde à Colômbia; em 1905, o general Rafael Reys, presidente, contratou um operador de câmera francês para filmar eventos oficiais. Outras "atualidades", incluindo eventos esportivos e panoramas do campo, foram filmadas, e junto com comédias francesas, esse material foi exibido ao público, em Bogotá, em 1907. Um cinema de luxo, o Salón Olympia, foi aberto na mesma cidade, em 1912, pelos irmãos italianos Di Domenico, que importavam filmes italianos e franceses para lá serem exibidos. Em 1914, após o assassinato do líder do Partido Liberal, General Rafael Uribe, os irmão realizam um longa documental, El Drama del 15 Octubre (1915), que sensacionalmente incluía entrevistas com os assassinos na prisão.

A década de 1920 foi uma boa época para a economia colombiana, sendo recebidos 25 milhões de dólares dos Estados Unidos, pela perda do Panamá para a independência, em 1903 e a construção do canal do Panamá; o incremento nas exportações, incluindo o café, e o crescimento da indústria e construção civil. Por sua vez, foi também a primeira época de ouro do cinema colombiano, com mais de doze filmes de longa-metragem realizados entre 1921 e 1927. Esses incluíam adaptações de clássicos da literatura tais como La María (1921-22), o primeiro filme de ficção colombiano de longa-metragem, dirigido por Alfredo Del Diestro e Máximo Calvo, do romance de Jorge Isaac, e Aura o las Violetas (1924), dirigido pelos irmãos Di Domenico, a partir do romance de 1887 de José Maria Vargas Vila, ambos realizados em Bogotá. E Madre, dirigido na cidade de Manizales, pelo autor do romance, Samuel Velásquez. Companhias se estabeleceram em outras cidades, para realizar filmes de longa metragem, incluindo Medelín - Bajo el Cielo Antioqueño (1928), dirigido por Arturo Acevedo - Barranquilla e, particularmente, Cali - Suerte e Azar (1925) e Tuya es la Culpa (1926), ambos dirigidos por Camilo Cantinazzi para a Colombia Film. 

A maior parte dos longas colombianos foram melodramas, mas uma interessante exceção foi Garras de Oro (1926-28), produzida pela Cali Film e dirigido por P.P. Jambrina. O filme tentava recuperar a honra da Colômbia, após a intervenção norte-americana, que provocou a perda do território do Panamá. Mescla documentário histórico e muitos entretítulos criticando o presidente norte-americano Theodore Roosevelt e suas intervenções imperialistas, com um romance ficcional entre um jornalista americano e uma mulher colombiana. Enquanto Garras de Oro estava sendo feito, o Motion Picture Producers and Distributors of America (MPPDA), soube do filme como sendo potencialmente "grandemente ofensivo a esse país" e fez lobby para que fosse banida sua exibição e distribuição em toda a Colômbia. Depois dessa humilhante intervenção do governo norte-americano, e com a chegada do som eliminando a produção silenciosa local, levou muito tempo para que uma revitalização do cinema colombiano ocorresse. De fato, aparentemente o primeiro filme sonoro colombiano não seria realizado antes de 1941 - Flores del Valle, dirigido pelo espanhol Máximo Calvo - ainda que algumas fontes dúbias citem Al Son de las Guitarras, dirigido pelo chileno Alberto Santana, em 1938 (com supervisão técnica de Carlos Schroeder).

Ao longo dos anos 30, praticamente os únicos filmes realizados na Colômbia foram cinejornais e documentários, alguns dos quais em longa metragem. Nos anos 1940, algumas tentativas de se produzir comédias musicais no estilo mexicano foram realizadas, a primeira das quais, Allá en la Trapiche (*) (1942), co-dirigido pelos chilenos Roberto Saa Silva e Gabriel Martínez, foi um sucesso. Outros oito longas colombianos foram realizados em 1944 e 1945, presumivelmente inspirados por uma lei proposta em 1942, para estimular a indústria nacional de cinema, que não começou a surtir efeito antes de 1944. Estes incluíam uma "superprodução" de orçamento relativamente grande (15 mil dólares) sobre Antonia Santos, uma heroína e mártir da independência colombiana, dirigido por Martínez para a Patria Filmes, a companhia que fundou com sua esposa, a atriz Lily Alvárez. Antonia Santos  foi visto por mais de 16 mil espectadores durante suas duas semanas de exibição. A qualidade desses filmes nunca foi considerada próxima dos filmes mudos realizados nos anos 20, e ainda que Georges Sadoul argumente em sua definitiva Histoires du Cinéma Mondial que o embaixador norte-americano na Colômbia tenha demandado que a lei protecionista ao cinema fosse suspensa, é mais pertinente que a suspensão de exportação de película norte-americana e a má qualidade da produção de longas metragens locais, tenham sido as razões mais significativas para o fechamento das companhias produtoras, em 1946. 

A década de 1948 a 1958 foi a época de La Violencia, uma guerra civil entre os apoiadores dos partidos políticos Liberal e Conservador, durante a qual mais de 200 mil pessoas foram assassinadas, algumas brutalmente, através de desmembramentos e mutilações, e próximo de um milhão deslocadas. Os únicos filmes dignos de nota realizados durante este período foram o curta experimental  La Langosta Azul (1954), co-dirigidos pelo "grupo Barranquilla", que incluía Gabriel García Marquez (que posteriormente renegou o filme), e uma história melodramática de um desastre e resgate em uma mina, El Milagro de la Sal (1958), dirigido pelo mexicano Luis Moya. Ainda que, em última instância, mais longas tenham sido feitos na Colômbia durante os anos 60 que em qualquer década prévia, não pode ser considerado um período de recuperação do cinema nacional, que não seja pelo fato de muitos dos realizadores começaram suas carreiras após estudar cinema no exterior. Dentre esses, incluem-se Francisco Norden (Paris), que realizou Las Murallas de Cartagena (1962); Guillermo Ángulo, Arte Colombiano (1963); Álvaro Gonzáles, La Pesca del Camaron (1960); e Julio Luzardo (Los Angeles), Frutos de la Reforma (1961). Todos eles curtas documentais. Luzardo rapidamente gabaritou-se em obras mais longas, dirigindo dois médias metragens para Cine TV, que foram reunidos em um longa, Tres Cuentos Colombianos (1962), juntamente com outro filme dirigido por Alberto Mejía. Mais de 40 mil espectadores viram esse filme na Colômbia, e Luzardo então fez El Río de las Tumbas (1964), que na sua combinação de realismo e comédia, veio a ser considerado como um dos mais importantes filmes colombianos, estabelecendo um padrão para obras posteriores, tais como os filmes de Sergio Cabrera.

Somente dois outros longas do período tiveram sucesso comercial, Ángel de la Calle (1966), dirigido pelo mexicano Zacarías Goméz Urquiza, e o primeiro longa de Ciro Durán, Aquileo Venganza (1968). José María Arzuaga, um espanhol baseado na Colômbia, realizou Rapsodia en Bogota (1962), um curta documental no estilo da sinfonia das cidades, inspirado por George Gershwin, que venceu o Prêmio de Melhor Curta em Língua Hispânica no Festival de San Sebastián, e um ambicioso primeiro longa, Raíces de Piedra, no mesmo ano. Inspirado pelo neorrealismo italiano, e os espanhóis Juan Antonio Bardem e Luís García Berlanga, seguidores do movimento, Raíces de Piedra foi notavelmente filmado em processo de tela larga Dialyscope, mas foi prejudicado pela má qualidade do som; os personagens, frequentemente filmados à longa distância ou de costas, proferiam diálogos visivelmente não sincronizados. Além do mais estes filmes, e um posterior longa de Arguaza, Pasado el Meridiano (1966), são notáveis por conterem impressionantes fotografias em locação e por serem filmados em ambientes contrastantemente bastante ricos e bastante pobres. Mas os desenvolvimentos mais importantes, no final da década, ocorreram no domínio do documentário em 16 mm, com o sem rodeios Carlos Alvarez, inspirados pelas montagens do cubano Santiago Álvarez, realizando Asalto  (1968), sobre as forças governamentais contra as universidades e a primeira versão, de 75 minutos, de Chircales, dirigido por Marta Rodríguez e Jorge Silva, sendo exibido no Fórum de Cinema Latino-Americano, em 1968, em Mérida, Venezuela. A versão final, de 1972, desse documentário sobre a exploração de famílias inteiras empobrecidas, tornou-se não somente um dos filmes latino-americanos mais admirados de todos os tempos, mas também talvez o filme colombiano mais conhecido na história. 

Ao contrário da parte sul do continente, que vivenciou uma onda de golpes militares, a Colômbia foi agraciada com relativa estabilidade política sob a coalização liberal-conservadora dos anos 60 e idos de 70. A produção de cinema local foi aprimorada pela aprovação de uma lei de sobretaxa, em 1971, determinando um imposto na bilheteria sobre os ingressos e requerendo que toda a exibição de um longa no cinema fosse acompanhada de um curta colombiano. Mais de 600 curtas foram feitos por mais de 130 realizadores na década de 70, e dentre aqueles que realizaram suas primeiras obras podem ser encontradas algumas figuras notáveis do cinema colombiano, incluindo Lisandro Duque, Carlos Moyola, Luis Ospina, e Jorge Alí Triana. Até o final da década o governo também encorajou a produção de longas. Uma quota de tela de 20 dias por ano para cada cinema para longas colombianos foi introduzida, em 1977, e a quota se estendeu para 30 dias, em 1978. Nesse mesmo ano, um companhia de desenvolvimento do cinema nacional, FOCINE (Compañia de Fomento Cinematográfico), foi fundada, iniciando a era mais produtiva até então, para os longas colombianos. 

Ao longo de nove anos (1978-1986), 68 longas foram realizados, uma média de quase oito por ano. Inicialmente, os filmes mais comercialmente orientados foram apoiados pela FOCINE, tais como a sátira de James Bond, de Gustavo Nieto Roa, Colombian Connection (1979), mas em meados dos anos 80, projetos mais sérios foram realizados, incluindo adaptações do romancista colombiano contemporâneo Álvaro Mutis - La Mansión de Araucaíma (1986), dirigida por Mayolo - e García Marquéz - Tiempo de Morir (1985), dirigido por Triana, em co-produção com Cuba, e Crónica de una Morte Anunciada (1987), dirigida pelo italiano Francesco Rosi, em co-produção com a Itália e a França; o último estreou no Festival de Cannes; antes disso, em 1984, Cóndores non Entierran Todos los Dias, de Norden, baseado no romance La Violencia, de Gustavo Alvarez Gardeazábal, foi exibido na mostra Un Certain Regard, de Cannes. Ainda mais notavelmente, Tiempo de Morir ganhou o prêmio principal do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, assim como os prêmios FIPRESCI e UNESCO, sendo o primeiro filme colombiano a ter tal reconhecimento. Em 1988, o dinheiro da FOCINE havia escasseado, e a produção de longas colombianos era somente sustentada através de acordos de co-produção internacional. Por esse período foi notável a emergência de Cabrera, que astutamente combinava crítica social com entretenimento em Técnicas de Duelo (1988), e dirigiu o último filme a ser apoiado pela FOCINE, La Estrategia del Caracol (1993). 

O assassinato do candidato presidencial Luis Carlos Galán, em 1989, provocou uma "guerra" do governo contra os barões do narcotráfico, que durou dois anos. O público do cinema despencou, e a diretora da FOCINE, Maruja Pachón, irmã da viúva de Galán, foi sequestrada em novembro de 1990, e mantida nessa situação até maio do ano seguinte! Um filme que foi realizado em meio a essa barafunda, em 1989, Rodrigo D. (No Futuro), dirigido por Víctor Gaviria, ilumina notavelmente a época, com seu foco na juventude insatisfeita em Medellín, aliciada pelo tráfico de drogas. A despeito dos problemas vivenciados pela FOCINE, incluindo as crescentes dívidas, devido a inadimplência de empréstimos, a qualidade dos filmes colombianos durante os anos 80 foi considerada alta o suficiente, para que 13 longas da década e uma série de curtas fossem incluídos, com curadoria de Larry Kardish, do Museu de Arte Moderna, de Nova York, intitulada "Cinema Colombiano: do Mágico ao Realismo". Ela viajou pelo mundo em 1990-91. Uma média de somente dois ou três filmes colombianos foram realizados, a cada ano, durante os anos 90, mas alguns dos mais notáveis diretores, tais como Ciro Durán, Guillermo Álvarez e Cabrera, foram capazes de realizar dois ou mais longas, durante esse intervalo de dez anos. Em 2000, o mais antigo festival na América Latina, o Festival de Cinema de Cartagena, vangloriou-se de ter sete longas colombianos em sua competição, mas somente quatro deles receberam lançamento amplo. Ainda em 2000, um exempo precoce de um longa em HD digital, La Virgen de los Sicarios, foi filmado na Colômbia pelo diretor francês Barbet Schroeder. Competiu em Veneza e foi posteriormente lançado em muitos países, incluindo Itália, França, México, Argentina, Canadá e os Estados Unidos. Em 2001, La Pena Maxima, de Jorge Echeverri, uma comédia sobre os perigos do fanatismo no futebol, foi um grande sucesso de bilheteria, mas não foi somente antes de uma nova lei sobre o mercado cinematográfico ter efeito, em 2003, que a produção anual de filmes colombianos, alcançou regularmente dois dígitos pela primeira vez. 

Em 1997 uma nova Lei Geral da Cultura foi introduzida, e uma nova corporação de cinema, Proimágines, foi estabelecida para promover e apoiar o financiamento do cinema colombiano. Em 2003, a Lei 814, conhecida como Lei do Cinema, foi aprovada, estabelecendo procedimentos de impostos de distribuidores e exibidores para apoiar o cinema colombiano de todos os gêneros. Como havia acontecido nos anos 80, os filmes comercialmente orientados foram os primeiros a se beneficiarem da lei: Soñar no Cuesta Nada, dirigido pelo filho de Triana, Rodrigo, e baseado em uma telenovela popular, foi visto por 1.2 milhão de espectadores na Colômbia, quando de seu lançamento, em 2006, um recorde. Nesse ano, os oito títulos colombianos que foram lançados localmente foram vistos por 2.8 milhões de pessoas e renderam 14% do total, outro recorde. Em 2013 o Festival de Cartagena apresentou não menos que 13 filmes colombianos. Não é surpreendente que em um país vivenciando tanta violência, tanto filmes refletissem essa condição, porém poucos filmes do tipo foram bem recidos pelos críticos colombianos. Uma exceção foi Sumas y Restas (2004) de Gaviria, que venceu os prêmios de filme e direção em Cartagena.

O ano de 2009 foi declarado o "ano da internacionalização" do cinema colombiano e, em um aspecto, acabou sendo aplicável. Filmes colombianos foram exibidos nos maiores festivais de cinema do mundo: Las Viajes del Viento [As Viagens do Vento], o segundo longa de Ciro Guerra, foi exibido na mostra Un Certain Regard de Cannes, e venceu o Prêmio Cidade de Roma; o primeiro longa de Jorge Navas, La Sangre y la Lluvia foi exibido na mostra Giornate degli Autori, de Veneza; e El Vuelco del Cangrejo, também um primeiro longa, de Oscar Ruiz Navia,  estreou em Toronto, e foi então incluído no Fórum do Festival de Berlim, de 2010.

O pico de longas colombianos realizados em único ano (14) foi alcançado em 2008 e 2010; destacadamente, duas das produções de 2010 foram animações, Pequeñas Voces, fazendo uso de vozes de verdadeiras crianças colombianas que foram flagradas pelo conflito armado ou tiveram que sair de seus locais, e Los Estraños Presagios de Léon Prozak, que atualiza o mito faustiano. A récem-formada Academia Colombiana de Artes e Ciências Cinematográficas, compreendendo 246 membros, premiou seu primeiro conjunto de Prêmios Macondo, em 2010. Dezoito filmes produzidos nos dois anos prévios foram considerados, resultando em indicações para 11 deles. Os prêmios do Júri Internacional e Melhor Longa Nacional foram para Retratos en un Mar de Mentiras (2010), de Carlos Gaviria, mas os prêmios da Academia para melhor diretor e filme foram para Guerra e seu As Viagens do Vento. O Prêmio do Público, de votos na Internet, foi para La Pasión de Gabriel (2009), dirigido por Luis Alberto Restrepo.

Os anos de 2011 e 2012 foram ainda mais prestigiados para as produções locais, com Todos tus Muertos, de Carlos Moreno, abrindo Sundance, Karen Llora en un Bus [Karen Chora no Ônibus], exibido em Berlim, e Porfirio, de Alejandro Landes, exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes, em 2011 e dois filmes, La Playa DC, dirigido por Juan Andrés Arango, e La Sirga, dirigido por William Vega, exibidos em Um Certo Olhar e na Quinzena dos Realizadores, respectivamente. As Viagens do Vento, Karen Chora no Ônibus, e dois outros longas recentes colombianos, o premiado e localmente popular Los Colores de la Montaña (2010), de Carlos César e outro longa de animação, Gordo, Calvo y Bajito (2011), dirigido por Carlos Osuna, foram recentemente distribuídos, de forma limitada, na América do Norte. O cinema colombiano tem claramente chegado no palco do mundo. Ver também CINE MUJER; FESTIVAL DE CINEMA DE BOGOTÁ; LOBOGUERRERO, CAMILA; MARIA LLENA ERES DE GRACÍA; SAMPER; GABRIELA; MULHERES. 

Texto: Rist, Peter H. The Historical Dictionary of South American Cinema. Plymouth: Rowman & Littlefield, 2014, pp. 171-78.

(*) N. do E.:  no IMDB consta como Allá en el Trapiche, o que parece confirmado pelo cartaz do filme. 

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