Filme do Dia: He Done His Best (1926), Charles R. Bowers & Harold L. Muller
He Done His Best (EUA, 1926). Direção:
Charles R. Bowers & Harold L. Muller. Rot. Original: Charles R. Bowers,
Harold L. Muller & Ted Sears. Com: Charles R. Bowers.
Charley sonha em se casar com a filha
de um proprietário de restaurante. Ele começa a trabalhar como lavador de pratos no mesmo, mas
quando os outros empregados descobrem que não é sindicalizado, abandonam o
local. Charley tenta dar conta de tudo sozinho, com muita criatividade, mas o
negócio vai literalmente pelos ares. Porém, ele não desiste e cria uma máquina
que resolve tudo do restaurante sozinho. As coisas estar indo as mil maravilhas
com seu futuro genro, mas uma surpresa o aguarda, e também ao genro...
Há uma nada exatamente subliminar ode
ao livre mercado e a desregulamentação do trabalho, em última instância, na
saída encontrada para beneficiar o herói nesse curta. De fato, os empregados
que vão embora, vão porque o colega não é sindicalizado e esse finda assumindo
todas as funções deles sozinho. Ainda que tal euforia dure pouco e se é verdade
que a ousadia de Charley ao trazer todo o equipamente que ficava restrito à
cozinha para o espaço “social” do restaurante é inicialmente levada na
esportiva por seus frequentadores, o que se sucede não. E o mais interessante é que a saída seguinte
inventada pelo herói justamente antecipa outra das soluções que o mundo do
trabalho ainda nem de longe havia sentido o seu efeito: a mecanização,
dispensando a maior parte dos empregados. Ou seja, a invenção moderna que o título
dessa cópia francesa faz referência e que faz mais sentido que o próprio
original. A partir de um determinado momento, Bowers salienta sua perícia na
animação stop motion – quando o conteúdo do sanduíche começa a se mexer
e abandona o mesmo para cair na sopa. E tudo o que se segue produzido pela
máquina vai nessa linha. O que o curta não apresenta com muita presteza é o
quanto é dispendido em termos de controle mecânico da geringonça que atende
muito bem a uma dupla de senhores na mesa, pode ser simultâneo, já que se
esquece por completo dos outros clientes do restaurante. Talvez isso soe mais
incômodo que a ainda menos crível criação de todo esse maquinário e reforma do
restaurante completamente destruído em tão pouco tempo, pondo-se esses na conta
das licenças do gênero cômico ou da animação. E, quando se esperava que o final
fosse de uma produtividade e ajuste completamente incompatíveis com o espírito
anárquico da comédia, ocorre a surpresa final. Bowers Comedy Corp. para Robertson-Cole Dist. Co. 23 minutos.
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