Filme do Dia: The Karnival Kid (1929), Ub Iwerks & Walt Disney

 


The Karnival Kid (EUA, 1929). Direção: Ub Iwerks & Walt Disney. Música: Carl W. Stalling.

Mickey é um vendedor de cachorros quentes que se encanta pela dançarina do ventre, Minnie. Procura lhe dar um cachorro quente, mas no último minuto a salsicha do mesmo se rebela e foge. Junta então dois gatos para fazerem coro aos acordes do seu violão, recebendo como recompensa alguns objetos dirigidos a sua cabeça por um vizinho revoltado.

Se é verdade que essa animação se encontra a uma distância astronômica do que se configurará como “padrão de qualidade” a partir da década seguinte (padrão esse instituído, por sinal, pelo próprio Disney) com seus traços e sonorização grosseiras e p&b, talvez em quase igual medida se pode perceber uma liberdade maior, algo surrealista e anárquica, na disposição dos próprios personagens em relação a seus corpos – Mickey, por exemplo, saúda Minnie retirando parte de sua própria cabeça – evocativa da série do Gato Félix, de quem certamente a criação do personagem quer, de alguma maneira, inspirar-se enquanto referência de sucesso.  Ou ainda na maior liberdade com relação a antropormofização de objetos, tais como o carrinho de cachorro quente e as próprias salsichas que lhe servirão de recheio; de uma delas, Mickey chega a baixar as calças e aplicar umas palmadas em suas nádegas. Oitavo curta com o personagem e quinto com sua companheira. Aliás, as referências à sexualidade, mesmo que mais modestas que em animações como Betty Boop, fazem-se presentes, como no momento em que Minnie tira o dinheiro de dentro de suas meias. À proximidade do passado silencioso ainda se faz notar na presença da palavra escrita em alguns poucos momentos, de função similar ao uso das cartelas no período mudo. Walt Disney Prod. para Celebrity Prod. 7 minutos e 41 segundos.

 

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