Filme do Dia: La Légende de Polichinelle (1907), Lucien Noguet & Albert Capellani
La Légende de
Polichinelle (França, 1907). Direção: Lucien Noguet & Albert Capellani.
Rot. Original: Albert Capellani. Com: Max Linder.
É virtualmente
impossível acompanhar o enredo desse filme sem referência a alguma fonte
extra-fílmica como catálogo da companhia ou a própria disseminação do mito do
Polichinelo (Arlequim, na versão em inglês, como é o caso em questão). Entre as
coisas que mais chamam a atenção nesse filme se encontram uma virtuosa e
longeva panorâmica que acompanha um dos planos iniciais nas quais Arlequim
passeia com seu séquito no castelo. Algo muito pouco comum no universo da
ficção, antes aplicado ao universo dos “panoramas”. Assim como ser estrelada por Max Linder,
embora se encontre muito mais próxima do universo fantástico de um Méliès ou
Zecca, algo que fica acentuado sobretudo na última e longa cena, com trucagens
e alegorias móveis típicas do primeiro. Aliás o fato da última cartela anunciar
que se trata da “última cena” já trai uma menção a própria divisão do
espetáculo cinematográfico típica de um cinema que como esse se importa menos
com a narrativa em si do que com os efeitos visuais apresentados. Tais efeitos,
por sinal, apresentam a certo momento um diferencial sofisticado em relação aos
de Méliès ou Zecca, uma bela utilização de reverse
motion para apresentar uma ponte construída pelo Diabo. Pathé Frères. 7
minutos e 41 segundos.
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