Filme do Dia: Eclipse de uma Paixão (1995), Agnieszka Holland
Eclipse de uma
Paixão (Total Eclipse, EUA, 1995)
Direção: Agnieszka Holland. Rot.Original: Cristopher Hampton. Foto: George
Arvanitis. Música: Jan A P.Kaczmarekk. Montagem: Isabelle Lorente. Com:
Leonardo DiCaprio, David Thewlis, Romane Bohringer, Dominique Blanc, Nita
Klein, James Trierree.
Paul
Verlaine (Thewlis) vai a estação receber a chegada de um jovem poeta de quem
muito ouviu falar, Rimbaud (di Caprio). Porém ocorre um desencontro e esse chega
na casa da família de Verlaine, onde é recebido por sua esposa (Bohringer) e
demais parentes. A partir do momento em que chega em casa, uma sólida amizade
de interesses comuns une Verlaine a Rimbaud, que acabam por ultrapassar a
literatura, e se estender para o estilo de vida, a forma de se relacionar com a
sociedade, e a própria vida afetiva. A partir desse momento, a esposa de
Verlaine terá que dividir as atenções do marido com Rimbaud, sendo vítima de
uma série de torturas físicas e psicológicas e chegando a ser várias vezes
abandonada pelo marido, até definitivamente desistir de qualquer reconciliação
e entrar com processo na justiça acusando-lhe de sodomia. O próprio Verlaine,
por sua vez, é constantemente vítima da
violência psicológica e ironia do genioso Rimbaud, que porém sempre sofre
atrozmente quando se encontra abandonado por Verlaine, seja voluntária ou
involuntariamente (no caso da prisão, ao
qual Verlaine recebe uma pena de dois anos). Seguindo seus impulsos, Rimbaud vai
morar na África após um último encontro com Verlaine, que se diz convertido à
Igreja, e recusa reatar a relação com este, partindo para a África, onde morre
após longo sofrimento - chegando a retornar para uma breve estadia com a irmã
(Blanc).
Narrado em
flashback - através de uma conversa entre Verlaine e a irmã de Rimbaud sobre as
poesias que estavam com o primeiro, e que a segunda pretende ver destruídas, o
filme possui o seu charme, ainda que a atuação carismática e por demais
enfática de DiCaprio lembre - ainda que menos excessivamente - a rídicula
caricaturização de outro gênio precoce, o Mozart vivido por Tom Hulce em Amadeus (1985) de Forman. De qualquer
forma um elenco afinado e um roteiro interessante, em um filme que tem como
pecado maior retratar a vida de um revolucionário da poesia moderna sob a
prisão - e as consequentes facilidades - do academicismo, utilizando-se de
recursos que poderiam ter sido melhor aproveitados,como o efeito de
predestinação recorrente ao longo da narrativa - notadamente uma cena de
deserto, que procura apresentar Rimbaud como um visionário indo de encontro a
seu próprio destino: a morte. New Line. 111 minutos.
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