Filme do Dia: Goofy Goofy Gander (1950), Bill Tytla
Goofy Goofy
Gander (EUA, 1950). Direção: Bill Tytla. Rot. Original: Isadore Klein. Música:
Winston Sharples.
Sétimo dos
16 curtas produzidos com a personagem, uma variação da mais famosa personagem
Luluzinha, para o cinema. Aqui, Little Audrey se enfastia com a aula na qual a
professora pede aos alunos rimas com a Mamãe Ganso e sonha com uma aventura
fantástica envolvendo não só a Mamãe Ganso, como os personagens da história em
quadrinhos que havia escondido dentro do livro escolar. Essa animação lida de
forma bastante inteligente com a relação entre “tradição” e “modernidade” no
que diz respeito ao universo infantil. De fato, trata-se de uma das poucas
animações do período que faz referência direta a um parente próximo dos
desenhos animados, as revistas em quadrinhos, dos quais, inclusive, muitos dos
personagens da animações foram oriundos ou se tornaram depois personagens –
como é o caso da própria Little Audrey.
Sem falar que os traços que compõem os quadrinhos da dupla criminal que
a garota lê possuem maior proximidade da animação moderna tornada pioneira pela
UPA, e bem próximos da linguagem visual publicitária contemporânea, enquanto os
personagens da escola, sobretudo a professora, são desenhadas em formas
clássicas e cantam canções, algo tipicamente associado, inclusive, ao universo
da animação da década de 1930. Um dado curioso, no entanto, é que o sonho da
garota acaba mesclando a história da Mamãe Ganso (sobre quem Audrey indaga a
certo momento: “O que ela conhece sobre os tempos modernos?”) com a dupla de
gatunos que guia um conversível moderno. A resposta da indagação da garota
parece ser que os contos clássicos podem ser traduzidos para uma roupagem mais
moderna se não quiserem sofrer o risco de serem considerados enfadonhos pelo
público infantil. Em outras palavras, que a própria animação em questão
serveria como um exemplo. Famous Studios
para Paramount Pictures. 6 minutos e 50 segundos.
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