Filme do Dia: Gestapo (1940), Carol Reed



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Gestapo (Night Train to Munich, Reino Unido, 1940). Direção: Carol Reed. Rot. Original: Sidney Gilliat & Frank Launder, a partir do argument de Gordon Wellesly. Fotografia: Otto Kanturek. Montagem: R.E. Dearing. Dir. de arte: Alex Vetchinsky. Com: Margareth Lockwood, Rex Harrison, Paul Henreid, Basil Radford, Naunton Wayne, James Harcourt, Felix Aylmer, Wyndhan Golde.
Anna Bomasch (Lockwood) é filha de um cientista, Axel (Harcourt), que sofre pressão para se tornar um colaborador do nazismo. Quando Axel parte para a Inglaterra, sua filha é presa e levada para um campo de concentração. Ela consegue fugir de lá com a ajuda de Karl Marsen (Henreid), na verdade um agente secreto nazista que a faz voltar a ser presa, juntamente com o pai.  Gus Bennett (Harrison), fazendo-se passar por oficial nazista, tenta libertar Anna e o pai, mas as desconfianças sobre ele se tornam crescentes, quando Gus é reconhecido por uma dupla de viajantes britânicos, Charters (Radford) e Caldicott (Wayne). Ao perceberem que Gus se encontra em risco de vida, Charters e Caldicott se unem a Gus e conseguem driblar Marsen na operação que guiaria pai e filha para Munique. Juntos fogem para a fronteira com a Suiça, enfrentando Marsen e seus homens.
Esse filme de Reed parece demasiado trivial em sua adaptação de cacoetes de farsa e de filme de espionagem/suspense para a realidade da propaganda de guerra. De fato, mesmo que seja um dos casos isolados então a abordar diretamente e de forma ostensiva o Nazismo– O Grande Ditador chegaria as telas três meses após – e como no filme de Chaplin sem descurar de aspectos cômicos, e inclusive abordando facetas ainda grandemente desconhecidas do grande público, ainda que de forma relativamente marginal, como a realidade dos campos de concentração (Chaplin afirmou que jamais teria realizado seu filme se soubesse da existência dos mesmos). As aventuras vivenciadas são por demais clichês para soarem interessantes e a dupla (que já havia protagonizado outro filme da mesma dupla de roteiristas, dirigido por Hitchcock) cômica de um humor demasiado britânico para soar atraente. No final de contas, não parece ir nada além da série Bulldog Drummond, ao qual inclusive é feita referência jocosa no filme e o estilo algo extravagante das futuras produções mais conhecidas de Reed, tais como O Terceiro Homem (1947), ainda não se faz presente aqui, dada a relativa pudicícia com que tudo é apresentado, dos movimentos de câmera aos ângulos escolhidos, com poucas exceções. A seqüência final faz uso dos inevitáveis chamarizes visuais para os filmes de ação, no caso em questão um teleférico –que ainda se encontrariam em voga como motivo para o clímax do suspense, décadas após, como demonstra um dos filmes de 007. Rex Harrison, mesmo com com todas as limitações apontadas, consegue se sair bem em seu papel de inglês ladino – mesmo que não precise de tanto esforço com nazistas tão estúpidos. Destaque para o uso intensivo de material de cinejornais, sem maiores preocupações de balanceamento das disparidades fotográficas entre tal material e o ficcional em seu início. 20th Century Fox Prod. para MGM. 90 minutos.


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