Filme do Dia: Post Morten (2010), Pablo Larraín
Post Mortem
(Chile/Alemanha/México, 2010). Direção: Pablo Larraín. Rot. Original: Eliseu
Altunaga, Mateo Irribaren & Pablo Larraín. Fotografia: Sergio Armstrong.
Montagem: Andrea Chignoli. Dir. de arte: Polin Garbizu . Figurinos: Muriel
Parra. Com: Alfredo Castro, Antonia Zegers, Jaime Vadell, Amparo Noguera,
Marcelo Alonso, Marcial Tagle, Santiago Graffigna.
Chile, idos
dos anos 70. Mario Cornejo (Castro), que trabalha como auxiliar de
legista, mantém um interesse algo
obsessivo por uma bailarina que é sua vizinha, Nancy (Zegers). A relação entre
ambos se torna gradativamente peculiar a partir do momento que se intensifica a
repressão da ditadura de Pinochet, e Nancy tem sua casa invadida pela
repressão, ao mesmo tempo que dezenas de cadáveres começam a aparecer no morgue
onde trabalha Mario.
Essa
produção de Larraín consegue uma difícil -e pouco usual – combinação entre uma
narração de aporte pouco ortodoxo e minimalista associado a questões políticas,
algo ainda não enfrentado, por exemplo, até o momento, meados da década de 10
do século XXI, pela filmografia brasileira em sua revisão dos anos da ditadura.
Goste-se ou não do filme, provavelmente não existe no cinema brasileiro nenhuma
abordagem equivalente, lidando de uma perspectiva algo absurda-existencial com
questões vinculadas à repressão dos anos de chumbo. Ao mesmo tempo dá o que
pensar o quão diluído, em termos formais, torna-se o cinema de Larraín quando
ingressa de vez no circuito internacional de produção, mesmo que ainda buscando
manter temas vinculados ao universo político (caso do sofrível Jackie), que inclui o abandono do viés
nacional que, via de regra, havia orientado sua trajetória (e alguns de seus
melhores filmes, como Neruda), assim como o consequente
abandono dos atores habituais que tão bem soube dirigir, notadamente Castro e
Zegers. Um dos atrativos dessa produção é a falta de pressa com que Larraín vai
expondo toda sua situação até que você se se situe no que de fato está
ocorrendo. Um dos pontos talvez não tão bem conseguidos, seja a passagem do
drama privado para o drama nacional recente por excelência. Mesmo que o clima
de estranhamento prévio do filme possibilite uma leitura anti-naturalista ou o
que seja dos bastidores do terror, com um médico então partidário da frente
progressista fazendo vista grossa diante de tudo o que ocorre e outro
simplesmente assassinando uma funcionária do morgue que se rebela
histericamente com o que ocorre, soa por vezes demasiado excessivo, assim como
a passagem do próprio corpo de Allende pelo morgue e a discussão rápida sobre o
motivo de sua morte. Tais motivos, mesmo quando brevemente referidos, não se
coadunam com a opção de “drama menor” relativamente bem construída pelo filme.
Autentika Films/Canana Films/Consejo Nacional de la Cultura y las
Artes/Fabula/The Hubert Bals Fund of the Rotterdam Festival/Ibermedia/Latina
Estudio/World Cinema Fund. 98 minutos.
Donde se puede ver para los que estamos fuera de Chile por favor..
ResponderExcluirvi-o por torrents da internet
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