Filme do Dia: To Duck or not to Duck (1943), Chuck Jones




To Duck...or Not to Duck (EUA, 1943). Direção: Chuck Jones. Rot. Original: Tedd Pierce. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown.
No auge do talento criativo, tanto em termos da história em si quanto da própria qualidade da animação, em todos os seus detalhes – movimentação dos personagens, direção de arte e cores – é apresentada uma história de caça, no qual Hortelino derruba Patolino dos céus, quando esse voa com um grupo de patos e esse o leva para um ringue de boxe, em um estádio lotado de patos, e onde o único torcedor para Hortelino é seu fiel cão. Com a inusitadamente anárquica e surreal mudança de cenário, dos campos onde Patolino foi atingido para um ginásio esportivo precursor de estratégias como as que Terry Gilliam realizará décadas após (Storytime), o filme é uma bem mensurada estratégia de humor, sem necessitar dos atropelos alucinados de gags e situações se sobrepondo como é o caso de algumas das melhores obras de Tex Avery. Os diálogos são outro atrativo à parte dessa pérola da animação clássica norte-americana, como é o caso da apresentação completamente enviesada que o juiz fará dos dois competidores. O título, evidentemente, é uma sátira ao mais célebre verso de Shakespeare e, por extensão, ao então recente Ser ou Não Ser de Lubitsch. Ao observar animações como essa, parece quase irreal que poucos anos antes fosse algo impensável tal tipo de realização, quando a animação ainda era dominada por um estilo bem mais adocicado e infantil. As acrobacias de Patolino no ar, fingindo que se encontra nadando, provavelmente devem ter influenciada as mais recorrentes ações do gênero, igualmente no prólogo das animações, da dupla Faísca & Fumaça. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros. 6 minutos e 46 segundos.

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