Filme do Dia: La Vie des Morts (1991), Arnaud Desplechin
La Vie des
Morts (França, 1991). Direção e Rot. Original: Arnaud Desplechin. Fotografia:
Eric Gautier. Música: Marjolaine Ott, Fritz Sommer & Marc Oliver Sommer.
Montagem: Laurence Briaud & François Gédigier. Dir. de arte: Antoine
Platteau & Fabienne Guillot. Figurinos: Marie Baudrillonet, Virginie
Callot, Bénédicte Platteau & Ghislaine Tortereau. Com: Thibault de
Montalembert, Roch Leibovici, Marianne Denicourt, Bernard Ballet, Suzel Goffre,
Laurence Côte, Benoît Brione, Laurent Schilling.
Esse
estranho média metragem que é o filme de estréia de Desplechin consegue
equilibrar de forma coesa o seu estranhamento a partir de uma narrativa
descentrada, em que nenhum personagem ganha protagonismo, e ao mesmo tempo
grandemente elíptica e independente das convenções de continuidade, traindo uma
profunda influência do cinema moderno. O filme começa in media res e talvez o que o torne mais incômodo para boa parte
dos espectadores é que a sensação de familiaridade com os personagens, que
vivenciam uma tentativa de suicídio grave na família, que acaba se confirmando
ao final como morte, não chega a ser tecida ao todo nem mesmo ao seu final,
dado o seu constante salto para situações diferenciadas vividas por membros do
grupo. Também chama particular atenção a segura direção de atores e elaborada
composição visual dos enquadramentos, tirando proveito de situações aparentemente
já demasiado exploradas, como a do diálogo entre uma personagem e o reflexo
espelhado de outra, com bastante talento e sem cair na tentação de um
virtuosismo estilístico estéril. Desplechin consegue apresentar uma família
“excêntrica” a partir de uma opção
estilístico-narrativa não menos excêntrica, afastando a gratuidade presente em
muitas obras de contemporâneos como François Ozon. Odessa Films/RGP/La Sept/CNC
para Forum Distribution. 54 minutos.
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