Filme do Dia: Dr. T e as Mulheres (2000), Robert Altman
Dr. T e as Mulheres
(Dr. T and the Women, EUA/Alemanha,
2000). Direção: Robert Altman. Rot. Original: Anne Rapp. Fotografia: Jan
Kiesser. Música: Lyle Lovett. Montagem: Geraldine Peroni. Dir. de arte: Stephen
Altman & Ted Haigh. Cenografia: Chris L. Spellman. Figurinos: Dona Granata.
Com: Richard Gere, Helen Hunt, Farrah Fawcett, Laura Dern, Shelley Long, Tara
Reid, Kate Hudson, Liv Tyler, Robert Hays, Matt Malloy, Lee Grant.
Sullivan
Travis (Gere), mais conhecido como Dr. T, é um dos ginecologistas prediletos da
classe média alta americana. Porém sua relação com as mulheres não é fácil. Das
pacientes histéricas que se digladiam na sala de espera, passando pela esposa
Kate (Fawcett), que subitamente surtou até a filha Dee-Dee (Hudson), que marca
casamento, mantendo um relacionamento lésbico com Marylin (Tyler). Compõem
ainda o quadro, a irmã alcoólatra de Kate, Peggy (Dern), que vive tropeçando, e
a fiel secretária Dorothy (Turner), que o massageia após um dia incomumente
estressante, ao mesmo tempo que tira sua roupa. Até conhecer Bree Davis (Hunt),
os únicos momentos em que conseguia relaxar era com um grupo de amigos no final
de semana para caçar. Bree, que como T, joga golfe e se distancia do perfil
feminino padrão que o circunda. Mesmo o encanto por Bree, no entanto, não dura, quando a percebe bem mais independente e menos envolvida por ele que
imaginava, ao mesmo tempo que confirma suas suspeitas de que ela se relaciona
com um amigo seu do grupo de caça, Harlan (Hays). Após ser vítima de um
tornado, Dr. T vai parar no México, onde realiza um parto improvisado em uma
casa.
Altman
recupera sua veia irônica típica, que não se encontrava tão presente em seu
filme anterior, A Fortuna de Cookie.
O resultado, mesmo que longe de meramente mediano, encontra-se aquém de seus
melhores filmes como O Jogador, Short Cuts e Nashville. Mesmo que possa parecer um exercício escrachado de
misoginia, o filme também não apresenta em melhor situação os homens – só
conseguindo momentos de satisfação entre amigos e longe do contato social ou de
maior maturidade na relação com suas parceiras. Não deixa de também incluir em
meio ao rol de situações histéricas em que as mulheres se envolvem, uma cena em
que Bree relembra o que o próprio Dr. T afirmara: mesmo sem entender as
mulheres, o que mais lhe admira é que cada um parece ser sempre diferente. Na
cena que Kate se despe e passa a se banhar na fonte de um shopping, a câmera
ironicamente se desloca para uma das lojas próximas, que se chama Godiva.
Destaque para a seqüência final, que apresenta provavelmente o mais explícito
parto que o cinema já viu. Ao contrário de Woody Allen, onde geralmente os
diálogos são o motor para o riso, aqui são as ações dos personagens que
provocam alguns momentos de riso garantido. Dr. T Inc./Sandcastle 5
Productions/Splendid Medien AG. 123 minutos.
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