Filme do Dia: Mother Goose Goes Hollywood (1938), Wilfred Jackson
Mother Goose Goes Hollywood (EUA,
1938). Direção: Wilfred Jackson. Rot. Original: Dick Rickard.
Música: Edward H. Plumb.
Se a auto-referencialidade dos
estúdios ao star-system erigido por
eles próprios vivia seus dias de glória, algo nada incomum igualmente ao
universo da animação, o diferencial desse curta integrante da série Silly Symphony se dá por não fazer uso
de nenhum personagem que se dirige a Hollywood como o título poderia pressupor.
De fato, aqui se parte das páginas da Mamãe Ganso, com os astros compondo
elementos ilustrados para suas rimas. Da referência inicial da Mamãe Ganso
rugindo como o leão da Metro à imagem final de Katharine Hepburn, sempre grave
em sua dramaticidade independente do ambiente ou situação (que pode ser
inclusive de comédia pastelão, como quando a torta que é endereçada pelo Gordo ao Magro acaba por lhe atingir o rosto), ou de se encontrar dentro da garganta
de um dos personagens ao final. Observa-se a presença de, dentre outros, os
Irmãos Marx, Charles Laughton, Clark Gable, W. C. Fields, Spencer Tracy, Edward
G. Robisnon, Cab Calloway e Fred Astaire. Greta Garbo surge fazendo pose de
abusada e repetindo seu célebre mote de que “desejava ficar sozinha”, sendo
abandonada na balança pelo seu parceiro de brincadeira. Em meio à maciça
presença de referências caricaturadas dos astros do cinema de ação ao vivo, o
Pato Donald surge como a única celebridade animada presente. E não como uma
caricatura de si próprio, evidentemente. Laughton, como Hepburn, é parodiado
por seu tom de pretensão dramática e seu notório sotaque britânico. Os números
de dança com artistas negros, demasiado detentores de estereótipos racistas
fizeram com que esse curta, assim como vários da Warner, viesse a ser banido.
Walt Disney Prod. para RKO Radio Pictures. 7 minutos e 23 segundos.
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