Filme do Dia: Mãe Tem Que Ser Amada (1934), Yasujirô Ozu


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Mãe Tem Que Ser Amada (Haha wo Kowazuya, Japão, 1934). Direção: Yasujirô Ozu. Rot. Adaptado: Kôgo Noda, Tadao Ikeda & Masao Arata, a partir do romance de Ozu. Fotografia: Isamu Aoki. Com: Mitsuko Yoshikawa, Den Obinata,Kôji Mitsui, Yûkichi Yuwata, Seiichi Katô, Shusei Nomura, Shin’yô Nara, Shinobu Aoki, Chishû Ryû, Chôko Iida.
Sadao, desde criança (Katô) vive com o meio-irmão Kousaku (Namura). Com a morte do pai de ambos e a súbita descoberta de que não é filho natural de sua mãe (Yoshikawa), já crescido, Sadao (Obinata) se torna um problema para a família. Inicialmente por abertamente recusar sua condição. Depois, por se tornar sempre avesso aos conselhos da mãe e do irmão (Mitsui). Ele se envolve com garotas que vivem em um bordel, após uma discussão com a mãe, sobre quem acusa um tratamento diferenciado que sempre o privilegia. A mãe tenta buscá-lo, indo ao local e Sadao se nega terminantemente a retornar. Quando ela sai, escuta uma empregada do local, de que nunca deveria fazer chorar aos pais. Repensa e volta a se unir à família, indo todos morarem em outro local.
Involuntariamente perverso em sua observação voyeurística, quase sádica, da expiação auto-sacrificial feminina, duplicada pelo olhar do filho que a faz sofrer e observa da janela as consequências de seu egoísmo auto-centrado e auto-destrutivo. Milestone parece ser um cineasta bastante admirado pelo realizador no período, já que em A Delinquente se observa o cartaz da Nada de Novo no Front  e aqui o de O Pecado da Carne. O primeiro e o quinto rolo se encontram perdidos. A solução buscada, ao menos quanto ao final, foi a inclusão de duas cartelas que se referem ao desfecho feliz da história que parece se ajustar à perfeição ao caráter normativo de seu título. Com uma boa elaboração de seu pathos graças sobretudo à sua direção de atores e ao excelente elenco à sua disposição. Se Den Obinata não empolga exatamente e nem tampouco é um ator dos mais assíduos sob a batuta de Ozu o mesmo não se pode dizer da mãe de Yoshikawa, dilacerada pela crise entre os irmãos e Mitsui, como o irmão mais jovem e frágil que pune pela mãe. Embora contraposto como tudo o que diferente os realizadores da nouvelle vague japonesa pretendiam, tais como Oshima, já que portadores de uma moralidade classe média convencional, Ozu a seu modo também apresentou figuras marginais como o protagonista dessa produção.  Sua metragem original é de 90 minutos. Shochiku Eiga. 73 minutos.

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