Filme do Dia: Libertem Angela Davis (2012), Shola Lynch


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Libertem Angela Davis (Free Angela and All Political Prisioners, EUA/França, 2012). Direção e Rot. Original: Shola Lynch. Fotografia: Sandi Sissel & Bradford Young. Música: Vernon Reid. Montagem: Lewis Erskine & Heidi Pakdel.
Documentário que apresenta os fatos que levaram a perseguição, prisão e posterior julgamento da ativista negra Angela Davis, em boa parte comentados pela própria e com auxílio de boa parte dos mais diretamente envolvidos com as ações apresentadas. Com apresentação farta de imagens do período, entremeados com habituais entrevistas com fundo neutro típicas de certo gênero de documentário, talvez uma das fraquezas do mesmo seja ficar demasiado preso a uma simplificação excessiva e maniqueísta do que apresenta. Nem de longe, por exemplo, problematiza-se a postura de Davis em fechar os olhos para os dissidentes dos regimes comunistas do Leste Europeu e da União Soviética. Pode-se alegar não ser esse o foco do documentário, mas mesmo não o sendo, tampouco são outras informações que nos auxiliam a criar uma figura ímpar e devidamente idealizada bem ao gosto da militância, a quem potencialmente esse filme parece ser dirigido. Tampouco se comenta sobre sua longa relação com Bettina Aphteker, que é a segunda pessoa com voz mais ativa no documentário provavelmente. Acompanha-se a trajetória de Davis desde a tentativa de afastá-la do ensino na UCLA capitaneada por Ronald Reagan até seu pretenso envolvimento numa tentativa de resgate de presos que resultou em quatro mortes, uma delas a de um juiz, tendo sido alegado que as armas pertenciam a Angela. Razoável ao ponto de não explorar a faceta pop da figura de Angela Davis, cuja canção escrita e gravada por Lennon, assim como a canção dos Stones são apenas citadas en passant. Provavelmente seu título em português faça mais justiça que o bem intencionado título original, já que de “todos os prisioneiros políticos” se fala muito pouco. Emocional e catártico como somente boa parte das ficções sabe ser, pouco de seu caráter algo pedagógico-militante consegue resistir ao final de mais uma trajetória de sucesso, tornando-se quase pura retórica a fala em que, após livre, Davis adverte que sua liberdade se encontra longe de resolver as inúmeras injustiças de um sistema penal racista e politicamente enviesado. Parece se tornar mais próxima da realidade a sua afirmação final de que sua vida para sempre se encontrou, desde então, associada aos eventos do final dos anos 60 e idos de 70. No auge da comoção mundial pela prisão da ativista, destaca-se o depoimento de Jean Genet. Realside Prod./De Films Em Aigulle/Overbrook Ent./Roc Nation para Jour2Fête. 102 minutos.

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