Filme do Dia: Lição de Amor (1975), Eduardo Escorel


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Lição de Amor (Brasil, 1975). Direção: Eduardo Escorel. Rot.Adaptado: Eduardo Coutinho & Eduardo Escorel, baseado no romance de Mário de Andrade. Fotografia: Murilo Salles. Música: Francis Hime. Montagem: Gilberto Santeiro. Dir. de arte e figurinos: Anísio Medeiros. Com: Lilian Lemmertz, Rogério Froes, Irene Ravache, Marcos Taquechel, Maria Cláudia Costa, Magali Lemoine, Mariana Veloso, Roberta Olimpo, William Wu. 
Essa história da iniciação de um jovem de uma família tradicional paulista por sua governanta,  (Lemmertz), adaptada do conto de Mário de Andrade, Amar, Verbo Intransitivo,  é contada de modo clássico e preciosista, seja na escolha dos ângulos e na afinação da montagem, seja no trabalho de câmera, figurinos ou fotografia vaporososa. Se o tom é lírico como poucas vezes se viu no cinema brasileiro (evoca, de certa forma, os filmes de Bertolucci dos anos 60, embora distante de qualquer preocupação política), longe se encontra do sentimentalismo e grandiloquência, contando também com uma discreta trilha sonora. Ao tom lírico, nostálgico e sensível da iniciação amorosa, que poderia provocar uma empatia automática é acrescido o fato de que, na verdade, a governanta fora empregada pelo pai de Carlos justamente para realizar tal tarefa, provocando um distanciamento emocional.  Lemmertz, com sua afinada interpretação, consegue o tom exato entre o calculismo (não dispensa, sob qualquer hipótese os 8 contos de réis combinados e evoca, no final, os vários jovens que já passaram por suas mãos) e uma preocupação efetiva com Carlos (acaba se resignando ao imaginá-lo no futuro bem casado e financeiramente seguro). O mais belo plano do filme é o que Lemmertz se encontra sentada frente ao espelho, observando os próprios seios desnudos. Infelizmente o jovem Taquechel não consegue ser tão convincente como Carlos. Embrafilme.  80 minutos.

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