The Film Handbook#152: James L. Brooks

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James L. Brooks
Nascimento: 09/05/1940, North Bergen, Nova Jersey, EUA
Carreira (como diretor):

Os filmes de James L. Brooks são notáveis menor por suas inerentes qualidades artísticas que pelo seu sucesso virtualmente inexplicável tanto com o público quanto com a maior parte da crítica. Após ter realizado somente dois longas-metragens, Brooks é vastamente reconhecido como um diretor maior de Hollywood.

Tendo progredido de revisor de salas de redação a produtor-roteirista de algumas das melhores sitcoms da tv americana (The Mary Tyler Moore Show, Lou Grant, Taxi), Brooks realizou sua estreia como diretor de cinema, adaptando um romance de Larry McMurtry para o cinema, adquirindo os direitos da veterana atriz Shirley Jones, e atraindo os talentos de Shirley McLaine, Debra Winger e Jack Nicholson. O resultado foi o vencedor do Oscar Laços de Ternura/Terms of Endearment>1, uma contagiante história semi-cômica da relação de uma mãe exageradamente possessiva com sua filha, resolvida somente pela morte da última de câncer. Seu naturalismo fundamental tocou os corações de milhões, ainda que tenha sido filmado com pouco mais que o necessário para uma negligente sitcom, valorizado pelas interpretações afiadas, sobretudo a de Jack Nicholson como o lascivo vizinho de barriga de cerveja que finalmente conquista o senso de propriedade da viúva de MacLaine. A descrição dos efeitos devastadores emocionais e físicos de uma doença terminal foram lamentavelmente superficiais e manipulativos, mais próximos dos clichês banais das novelas que de um princípio real de morte.

A gênese lenta de Nos Bastidores das Notícias/Broadcast News>2 foi atribuída  a pesquisa longa e diligente sobre o universo de transmissão de notícias, portanto creditando ao filme o mesmo "realismo" elogiado no filme anterior. Novamente, no entanto, questões éticas importantes suscitadas pelas várias promoções, ambições e conquistas de uma produtora jornalística, um escritor e um belo, mas nada brilhante, chefe de redação foram meramente pretexto para um tradicional triângulo amoroso; somente a indecisão de Brooks sobre o resultado final do triângulo foi incomum. Seu ouvido para as inflexões do discurso cotidiano e a câmera inquieta de Michael Ballhaus, somadas às excelentes interpretações, capturavam admiravelmente a atmosfera arrebatada e agitada de uma redação jornalística. No entanto, por baixo da aparência do tema e de um interminável jargão técnico, certamente havia pouca coisa digna de ser apreciada.

A obra de Brooks parece ser ancorada em fórmulas: um beijo, um riso, uma lágrima e sugestões estranhas de um subtexto sério. Sua facilidade com os atores bem pode ser auto-negadora já que, caso forçado a depender menos desses, ele poderia talvez analisar seus temas potencialmente controversos mais cuidadosamente.

Cronologia
O estilo de Brooks reflete seu histórico em sitcons televisivos "de qualidade"; no cinema, seu tratamento hesitante de Grandes Temas é ligeiramente reminiscente de Capra. Dentre os diretores modernos, a obra de Arthur Hiller e Jerry Schatzberg não é completamente distinta.

Destaques
1. Laços de Ternura, EUA, 1983 c/Shirley MacLaine, Jack Nicholson, Debra Winger

2. Nos Bastidores da Notícia, EUA, 1988 c/William Hurt, Holly Hunter, Albert Brooks

Texto: Andrew, Geoff. The Film Handbook. Londres: Longman, 1989, p. 37.

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