Filme do Dia: O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2009), Terry Gilliam
O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus
(The Imaginarium of Doctor Parnasssus, Reino Unido/França, 2009). Direção: Terry Gilliam. Rot. Original: Terry
Gilliam & Charles McKeown. Fotografia: Nicola Perrini. Música: Jeff Danna
& Michael Danna. Montagem: Mick Audsley. Dir. de arte: Terry Gilliam,
Anastasia Masaro & David Warren. Figurinos:
Monique Prudhomme. Com: Christopher Plummer, Andrew Garfield, Lily Cole, Verne
Troyer, Heath Leadger, Tom Waits, Johnny Depp, Jude Law, Colin Farrell.
Dr. Parnassus
(Plummer) se livrou de sua imortalidade fazendo um pacto com o Diabo (Waits) de
que lhe legaria sua filha, Valentina (Cole), quando ela completasse dezesseis
anos. Quando a data se aproxima, ele e sua trupe, formada pelo anão, Percy
(Troyer) e o namorado da filha, Anton (Garfield), salvam um rapaz da morte,
Tony (Ledger), que também passa a fazer parte do grupo e o Dr. Parnassus faz um
outro pacto com o demônio, para salvar a pele da filha.
Mesmo que os mundos
imaginário e real sejam bem delmitados através do espelho mágico, filiando-se
portanto aos códigos já bastante convencionalizados do filme fantástico, o
filme de Gilliam, o único a apresentar uma carreira marcante e distinta do
humor do grupo Mont Phyton, de forma consistente, é marcado pela criatividade
extravagante associada a representação do imaginário humano, contando
evidentemente com um apoio de efeitos digitalizados de forma inédita em relação
às suas obras anteriores. Sem dúvida, torna-se mais fiel ao espírito de Lewis
Carroll do que a pouco imaginativa adaptação contemporânea dirigida por Tim Burton para o clássico Alice no País das
Maravilhas. Com a morte de Ledger, durante a produção do filme, Depp, Law e
Farrell se reverteram em substituí-lo em suas aventuras pelo imaginário do Dr.
Parnasso – quase uma reatualização anárquica do célebre O Gabinete do Dr. Caligari (1919), de Wiene. O final, no qual um
sacrificado e esfarrapado Parnassus, vivido brilhantemente por Plummer,
delicia-se com a satisfação de ver a filha casada e bem de vida almoçar com sua
família num restaurante grã-fino, fruto de seu próprio auto-sacríficio remete
ao melodrama clássico Stella Dallas
(1937), de Vidor. Infinity Feautures Ent./Poo Poo
Pictures/Davis-Films/Grosvernor Park Prod./Parnassus Prod. para Lionsgate. 123 minutos.
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