Filme do Dia: Two-Lip Time (1926), Otto Mesmer
Two- Lip Time (EUA, 1926). Direção: Otto Mesmer.
Nesse episódio Felix, perseguindo um rato, acaba entrando em
um navio e segue para a Holanda. Lá se apaixona a primeira vista por uma garota
que vê da escotilha. Para além da graça do desenho e do carisma do personagem,
um dos destaques é a própria paixão representada de forma sexualizada, com o
gato beijando a garota na boca a certo momento e não apenas como objeto de
devoção ou de estimação como seria de se supor na produção de animação
posterior. Numa Holanda que só existe moinhos e personagens vestidos em trajes
típicos, o galanteador Felix – que retira uma parte de sua própria cabeça para
cumprimentar sua paixão - curiosamente
trata por vezes seu objeto de paixão como mera criança que é, passando o dedo
em seu queixo no gesto de “bilu-bilu” típico ao que é feito aos bebês. A forma
com que Felix cumprimenta a garota, assim como a sequencia de maresia do herói
– aliás bastante extensa para os padrões da animação comercial posterior -
provocada pelo balanço do mar traem uma mais que provável influência de Chaplin
(no último caso, O Imigrante). Uma
das sequências mais interessantes é a que Felix rega as flores com uma grande
dose de gim, deixando-as bêbadas. Não há qualquer pretensão de se desenvolver
de modo mais constante a relação entre os personagens – a garota, por exemplo,
simplesmente some da história a partir de certo momento. Pat Sullivan Cartoons. 9 minutos e 57 segundos.
Comentários
Postar um comentário