Filme do Dia: Chacun sa Nuit (2006), Pascal Arnold & Jean-Marc Barr
Chacun sa Nuit (França/Dinamarca, 2006).
Direção: Pascal Arnold & Jean-Marc Barr. Rot.Original: Pascal Arnold.
Fotografia: Jean-Marc Barr & Chris Keoane. Música: Irina Decermic.
Montagem: Chantal Hymans. Dir. de arte: Serge Borgel. Figurinos: Mimi Lempicka
& Antigone Shilling. Com: Lizzie Brocheré, Arthur Dupont, Guillaume Baché,
Pierre Perrier, Nicolas Nollet, Valérie Mairesse, Karl E. Landler, Matthieu
Boujenah, Guillaume Gauix.
A adolescente Lucie
(Brocheré), desde a mais tenra idade, possui uma amizade muito forte com os
garotos, Nicolas (Baché), Sebastien (Perrier), Baptiste (Nollet) e, principalmente,
com o irmão Pierre (Dupont), com quem possui uma cumplicidade, inclusive
corporal, intensa. Os garotos formaram uma banda de rock que fez uma
apresentação bem sucedida. Lucie e Pierre são órfãos de pai, desde sua morte em
um acidente de moto. Quando o irmão, bissexual, subitamente desaparece, Lucie
não consegue pensar em outra coisa. Quando o corpo é descoberto, vítima de
violência, Lucie não faz mais outra
coisa que procurar sobre o possível assassino do irmão, assim como a causa de
sua morte. Ela não se furta em constranger sexualmente o skinhead Romain
(Gauix), que havia se enfrentado com amigos contra os rapazes, assim como
dormir com um dos investigadores do caso e tentar seduzir um rapaz com
problemas mentais, Paul (Landler) que habitualmente os espiava quando tomavam
sol e nadavam nus. Namorando ao mesmo tempo dois dos garotos do grupo, mas
sobretudo Sebastien, Lucie inesperadamente recebe a visita dos pais de um dos
garotos, tendo encontrado o casaco de Pierre com ele, que se declara assassino
do amigo, sendo que um deles, Baptiste, apenas observou a ação.
A dupla de
realizadores, conhecida por uma filmografia dedicada a temas voltados para a
sexualidade gay estrutura sua narrativa, baseada em fatos reais, de um modo que
atraia um público gay, com um personagem gay que é morto e a enorme facilidade
com que seu jovem elenco, sobretudo masculino, despe-se, sem tampouco sinalizar
para um público mais amplo. Com relação ao último as cenas de intimidade gay
são reduzidas e, ainda pior, de forma
quase perversa, o personagem homossexual mais uma vez é evocado apenas como uma
presença fantasmática que efetivará justamente a motivação para que Lucie durma
com vários homens procurando desvendar o mistério. Pior que deslizes desse tipo
é mesmo a forma pouco estruturada e intensificada com que tudo é narrado, em
grande parte dado ao vácuo quase absoluto sobre os personagens e suas
motivações. A direção de atores é igualmente um de seus pontos fracos e as
evocações do período de amizade compartilhada do grupo banais para dizer o
mínimo. Constrangedor quando se compara com o
resultado que o contemporâneo Rosas
Selvagens (1994), a partir de um tema também envolvendo sexualidade e
juventude, conseguiu. Liberator Prod./CNC/Le Fabrique de Films para Le Fabrique
de Films. 95 minutos.
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