Filme do Dia: Skyscraper Symphony (1929), Robert Florey



Skyscraper Symphony (EUA, 1929). Direção: Robert Florey.

Em chave bastante distinta das suas incursões vanguardistas que ainda remontavam traços narrativos demarcados (The Love of Zero, The Life and Death of 9413,A Hollywood Extra), Florey se aproxima e se distancia ao mesmo tempo  das sinfornias urbanas, que viviam seu auge no período. Aproxima-se no sentido de sua explícita adoção da imagem, sem cartelas, com evidentes preocupações formais mais do que narrativas. Distancia-se quando prefere particularizar em um único tema – o dos arranha-céus – mais do que traçar um panorama mais amplo,e para o público, palatável, de uma metrópole como eram comum nas sinfonias urbanas. Por conta de suas preocupações formais e da ausência da veia épica de um Flaherty (The Twenty-Four-Dollar Island), a inexistência de pessoas na imagem mais auxilia do que atrapalha seu propósito, sendo que os últimos planos em que se vislumbra essas, assim como alguns veículos, acabam  por surtirem um efeito de  quase rompimento com seus austeros, e ao mesmo tempo lúdicos,  propósitos de explorar seu tema. Tema esse, igualmente com preocupações eminentemente formais, que voltaria a ser explorado pelas vanguardas dos anos 60 e 70, como é o caso de Agrippina é Roma Manhattan (1972), de Hélio Oiticica. Também por conta dessa ênfase formal, as imagens de Florey possuem um estilo bem mais moderno e contido do que o tom épico buscado por Flaherty. Destaque para o ângulo  extremamente moderno que Florey descreve um prédio a partir de baixo, em movimento rotatório em panorâmica, excêntrico para o cinema contemporâneo e para um plano em que se destaca em penumbra um fragmento do céu e nuvens em movimento ligeiramente acelerado emoldurando um dos arranha-céus focados. E ainda para o jogo de sobreposições a partir de um complexo de edifícios logo ao início.  9 minutos.

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