Meu Caro Diário, 27/07/05
Do túnel do tempo....exatos dez anos atras:
Acordei com melancolia forte que já vinha de ontem. Ontem estava com um
astral normal e disposto a resolver as coisas e achando que teria o suficiente
para me entretecer ao longo do dia. Fazia sol e o dia estava agradável. Sônia
veio aqui e conheceu meu studiô, deixar as fitas que fiquei de entregar na
locadora já que estava disposto de qualquer maneira a sair de casa – talvez já
prevendo a melancolia e o vazio que me acometeriam depois. De qualquer forma,
fui (sic) deixei as sete fitas e peguei outras sete (a grande loucura dessa locadora
é que possui um acervo relativamente extenso e bom e possui a promoção de sete
filmes por sete reais durante sete dias). Deixei antes o papel para D. Walkyra,
viúva de (sic) Raoul Roulien, assinar me cedendo os direitos de cópia para “Aves sem
Ninho”. Achei-a deveras generosa e simpática quando falei com ela por telefone
na última sexta. Disse que estava com ameaça de pneumonia e toda as inúmeras
vezes que liguei para ela durante esses dias ela estava de alguma maneira
envolvida com algo da saúde – ou tinha ido fazer exame de sangue, ou ao médico,
ou repousando, ou sendo atendida por um (sic) fisioterapista. Sexta-feira pretendo
conhecê-la se não houver outro atropelo do tipo ou, pelo menos, pegar o papel
na portaria. Meu medo é que ela morresse agora e os filhos começassem a botar
banca que nem as escrotas “guardiãs da memória”, ou melhor da grana, herdeiras
dos direitos de Adhemar Gonzaga, na Cinédia, que não liberaram a minha cópia de
“Romance Proibido”. Acredito que a minha melancolia advenha de um vazio tipo o
que farei hoje, amanhã e depois? É como se saindo um pouquinho dos trilhos dos
estudos eu me perdesse por completo. Ao mesmo tempo não posso de forma alguma
embarcar numas de melancolia agora com o (sic) virús da herpes ainda tão presente no
corpo.
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