Na  minha vasta cidade - noite.
Deixo a casa adormecida e sigo - adiante.
As pessoas pensam: esposa, filha, -
Eu apenas lembrei: é noite.

O vento de julho assinala - o caminho,
Nalguma janela a música mal - se ouve
Ah, por entre as finas veias - do peito,
O vento sopra até - a aurora!

Há um negro álamo e na janela - luz,
Há um som na torre e na mão - flor,
Há este passo - e ninguém - atrás,
Há esta sombra, mas não - estou.

Fogos são como fios dourados,
Da folhinha noturna na boca - o gosto.
Amigos libertem-se dos laços do dia,
Lembrem-se de que nós - sonhamos.

17 de julho de 1916

Marina Tsevetáeva

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