É injustiça vilanizar o Felipão
Que o futebol brasileiro vem sendo mal administrado e gerenciado há muito tempo todos nós sabemos. A CBF precisaria ter a coragem, isenção e atitude de fazer um amplo processo de reestruturação e reformulação. Os dirigentes dos grandes clubes brasileiros são coniventes também. O Brasil, desde as categorias de base, não vem formando mais atacantes [...]
Que o futebol brasileiro vem sendo mal administrado e gerenciado há muito tempo todos nós sabemos. A CBF precisaria ter a coragem, isenção e atitude de fazer um amplo processo de reestruturação e reformulação. Os dirigentes dos grandes clubes brasileiros são coniventes também.
O Brasil, desde as categorias de base, não vem formando mais atacantes e meio campistas criativos. Recuamos no tempo e priorizamos a marcação forte e as bolas paradas – táticas ultrapassadas da antiga escola futebolística européia. Enquanto eles evoluíram com estudos acadêmicos, tecnologia e profissionalismo nós involuímos
O grupo de jogadores brasileiros era limitado e todos sabiam disso. O fato de jogarem uma Copa do Mundo no Brasil também desestabilizou emocionalmente o grupo quando tiveram que enfrentar adversidades contra uma seleção forte e equilibrada como a da Alemanha em momento de decisão- muitos nunca tinham jogado uma Copa. O grupo sucumbiu à pressão pelo título ao se ver desprovido do seu jovem líder genial Neymar – excessivamente endeusado pela imprensa, o grupo ficou em um plano aparentemente secundário ao de sua jovem estrela.
No futebol, a razão quase nunca prevalece e por isso o esporte é apaixonante. Espero que o patriotismo demonstrado durante a execução do Hino Nacional também seja exercido para que o país possa alcançar, de forma organizada, pacífica e inteligente grandes transformações nas próximas décadas em vários campos além do futebol.
Sou contra a crucificação generalizada do Felipão ou de qualquer jogador, isso além de inútil é destrutivo e injusto. No Brasil, quando perdemos, tudo é considerado equivocado e as ofensas começam a pipocar por todos os cantos. Felipão, entre acertos e erros, nos deu o título mundial de 2002 com muita competência e foi aclamado por todos os brasileiros nesse seu último retorno. Poucos criticaram a lista dos 23 jogadores convocados por ele para a Copa do Mundo no Brasil. Dói saber que o empresário do jogador Neymar, o sr Wágner Ribeiro, o achincalhou por meio de seu twitter de forma agressiva e com termos fortes e incorretos como “asqueroso”- isso para mim soa o oportunismo destrutivo.
Pergunto-me se as derrotas um dia deixarão legados preciosos ao Brasil. O futebol brasileiro parou no tempo e se acomodou na soberba de ser o único pentacampeão do mundo – com todos os técnicos brasileiros incapazes de realizar quaisquer inovações táticas. Somos meros exportadores de jovens talentos para a Europa em um estágio embrionário, sem que eles possam desenvolver uma identidade brasileira- culpa de uma Lei Pelé defasada e injusta com os clubes formadores. O Brasil deixou de ser inovador e não faz mais parte da vanguarda na elaboração de novos conceitos futebolísticos.
Os clubes brasileiros, por outro lado, vivem cada vez mais mal administrados (até de forma irresponsável) e falidos, totalmente dependentes de benesses públicas e privadas e os empresários e agentes de jóias raras só sabem parasitar e explorar o trabalho difícil e custoso dos clubes formadores- aliciando-os precocemente. O futebol deveria cumprir seu papel social e educacional no nosso país mas isso está muito distante de qualquer realidade- mesmo nos clubes de melhor estrutura.
Arrumar culpados e vilões por essa derrota acachapante é querer tapar o sol com a peneira como sempre fazemos nos momentos de crise. E não será dessa forma que cresceremos como uma Nação grandiosa e respeitada nos seus diferentes níveis de atuação.
Que o futebol brasileiro vem sendo mal administrado e gerenciado há muito tempo todos nós sabemos. A CBF precisaria ter a coragem, isenção e atitude de fazer um amplo processo de reestruturação e reformulação. Os dirigentes dos grandes clubes brasileiros são coniventes também.
O Brasil, desde as categorias de base, não vem formando mais atacantes e meio campistas criativos. Recuamos no tempo e priorizamos a marcação forte e as bolas paradas – táticas ultrapassadas da antiga escola futebolística européia. Enquanto eles evoluíram com estudos acadêmicos, tecnologia e profissionalismo nós involuímos
O grupo de jogadores brasileiros era limitado e todos sabiam disso. O fato de jogarem uma Copa do Mundo no Brasil também desestabilizou emocionalmente o grupo quando tiveram que enfrentar adversidades contra uma seleção forte e equilibrada como a da Alemanha em momento de decisão- muitos nunca tinham jogado uma Copa. O grupo sucumbiu à pressão pelo título ao se ver desprovido do seu jovem líder genial Neymar – excessivamente endeusado pela imprensa, o grupo ficou em um plano aparentemente secundário ao de sua jovem estrela.
No futebol, a razão quase nunca prevalece e por isso o esporte é apaixonante. Espero que o patriotismo demonstrado durante a execução do Hino Nacional também seja exercido para que o país possa alcançar, de forma organizada, pacífica e inteligente grandes transformações nas próximas décadas em vários campos além do futebol.
Sou contra a crucificação generalizada do Felipão ou de qualquer jogador, isso além de inútil é destrutivo e injusto. No Brasil, quando perdemos, tudo é considerado equivocado e as ofensas começam a pipocar por todos os cantos. Felipão, entre acertos e erros, nos deu o título mundial de 2002 com muita competência e foi aclamado por todos os brasileiros nesse seu último retorno. Poucos criticaram a lista dos 23 jogadores convocados por ele para a Copa do Mundo no Brasil. Dói saber que o empresário do jogador Neymar, o sr Wágner Ribeiro, o achincalhou por meio de seu twitter de forma agressiva e com termos fortes e incorretos como “asqueroso”- isso para mim soa o oportunismo destrutivo.
Pergunto-me se as derrotas um dia deixarão legados preciosos ao Brasil. O futebol brasileiro parou no tempo e se acomodou na soberba de ser o único pentacampeão do mundo – com todos os técnicos brasileiros incapazes de realizar quaisquer inovações táticas. Somos meros exportadores de jovens talentos para a Europa em um estágio embrionário, sem que eles possam desenvolver uma identidade brasileira- culpa de uma Lei Pelé defasada e injusta com os clubes formadores. O Brasil deixou de ser inovador e não faz mais parte da vanguarda na elaboração de novos conceitos futebolísticos.
Os clubes brasileiros, por outro lado, vivem cada vez mais mal administrados (até de forma irresponsável) e falidos, totalmente dependentes de benesses públicas e privadas e os empresários e agentes de jóias raras só sabem parasitar e explorar o trabalho difícil e custoso dos clubes formadores- aliciando-os precocemente. O futebol deveria cumprir seu papel social e educacional no nosso país mas isso está muito distante de qualquer realidade- mesmo nos clubes de melhor estrutura.
Arrumar culpados e vilões por essa derrota acachapante é querer tapar o sol com a peneira como sempre fazemos nos momentos de crise. E não será dessa forma que cresceremos como uma Nação grandiosa e respeitada nos seus diferentes níveis de atuação.
Professor Cid, li o texto, gosto de alguns pontos, mas não concordo com tudo. Acho que a avaliação da desestruturação do futebol (via CBF e clubes) é certeira, bem como a desatualização tática. Mas acho que Felipão e cia têm certa culpa no cartório, talvez como parte mais visível deste modelo falido (é o técnico que fracassou no Chelsea, em Portugal e que levou o Palmeiras ao rebaixamento - e apesar disso, foi nomeado para a Seleção no mesmo ano!). E sim, muita gente reclamou dos jogadores convocados e dos dispensados (Paulo Anderson pode dar uma lista extensa). Além disso, acho que não haveria clamor ou raiva por perder para a Alemanha; o problema é o vexame do placar, que publicamente desrespeita o torcedor e achincalha a tradição do futebol brasileiro. Pane? Síndrome de Neymar? Falta do capitão? Este povo joga no exterior e lida com pressão. Pouca idade, ok. Mas não completa inexperiência. A tradição de Didi, Leônidas, Garrincha, Djalma Santos, Tostão, Rivelino, Pelé, Zico, Sócrates e Falcão... não merecia este expurgo. Enfim, daqui a 100 anos, esta derrota ainda ecoará em nossos ouvidos.
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