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Filme do Dia: Liberdade e Pátria (2002), Jean-Luc Godard & Anne-Marie Miéville

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L iberdade e Pátria ( Liberté et Patrie , Suiça, 2002). Direção, Rot.Original, Fotografia e Montagem: Jean-Luc Godard & Anne-Marie Miéville. Tendo como pretexto a vida e obra do pintor Aimé Pache, na verdade, uma escrita semi-autobiográfica do escritor Charles Ferdinand Ramuz (1918-1947) a dupla de realizadores traz imagens da mesma região de onde são igualmente originários. O fluxo de referências é incessante e colossal e traz, com moderação é verdade, efeitos óticos similares aos utilizados pela não muito distante série História(s) do Cinema e um uso nada moderado de uma avalanche de referências iconográficas, fílmicas ( Ladrões de Bicicleta e Quatorze Juillet , de René Clair dentre tantos outros) - seja através de imagens fixas ou em movimento -  com uma banda sonora em que a voz de um homem e uma mulher se alternam e muitas referências literário-filosóficas surgem (de Wittgenstein, Aristóteles e outros menos conhecidos, incluindo o próprio Ramuz), música de Beethove

Filme do Dia: Sons Britânicos (1970), Jean-Luc Godard & Jean-Henri Roger

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S ons Britânicos ( British Sounds , França, 1970). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard & Jean-Henri Roger. Fotografia: Charles Stwart. Montagem: Elizabeth Kozmian. Ainda que o filme possua todas as características dos filmes produzidos pelo Grupo Dziga Vertov, manifestos políticos dirigidos por Godard e outros colaboradores sobre assinatura coletiva, acabou sendo assinado pelos dois realizadores. E, embora seja ainda mais ingenuamente político em seu panfletarismo que outros filmes desse momento de politização radical de Godard (como Vento do Leste e Um Filme Como os Outros ) e de boa parte do mundo, como na sua adesão ao maoísmo, é bem mais inventivo e elaborado formalmente que o último. Inicia com uma longa e engenhosa seqüência numa fábrica de automóveis inglesa, que reproduz ironicamente uma narrativa em off típica do mais clássico cinema documental para traçar comentários marxistas sobre apropriação do trabalho operário, trabalho assalariado, etc. Como na sua

The Film Handbook#61: Jean-Luc Godard

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Jean-Luc Godard Nascimento : 03/12/1930, Paris, França Carreira  (como realizador): 1954- Menos sobre a vida em si própria do que sobre como ela é representada pelo cinema, a obra de Jean-Luc Godard é genuinamente modernista. Repleto de alusões, citações e digressões, sua mescla de ficção e documentário é o equivalente do ensaio crítico mais que do romance; porém, enquanto repetidamente questiona a tradicional forma fílmica e sua relação com a política, Godard frequentemente desliza para uma premeditada obscuridade e pretensões imaturas. Ainda assim, sua mescla de pessoal e político, e sua busca por novos sentidos através de novas e complexas contraposições de som e imagem lhe asseguraram que sua produção variada e prolífica tenha influenciado profundamente o cinema pós-anos 50. Como cinéfilo obsessivo, o jovem Godard escreveu críticas para o Cahiers du Cinéma ao lado de  Truffaut , Rohmer et al. Enquanto trabalhava como montador, publicitário e jornalista realizou cinco curt

Filme do Dia: Charlotte et son Jules (1960), Jean-Luc Godard

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Charlotte et son Jules (França, 1960). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard. Fotografia: Michel Latouche. Música: R. Monsigny. Montagem: Cécile Decugis & Jean-Luc Godard. Com: Jean-Paul Belmondo, Anne Collette, Gérard Blain. Charlotte (Collette) retorna ao apartamento de seu antigo namorado, Jean (Belmondo) e ele cria expectativas de que, esteja, na verdade, retornando para ele, quando de fato, apenas veio pegar a sua escova de dentes e seu novo namorado (Blain) a espera do lado de fora do prédio. Curta que Godard realizou provavelmente antes de Acossado , embora tenha sido lançado posteriormente. Aqui, ao contrário de Charlotte et Véronique , o projeto se encontra ainda mais vinculado ao controle de Godard (no outro o roteiro era de Rohmer , o que dava uma estranha configuração de uma trama bem rohmeriana mas filmada no estilo mais próximo de Godard ). Porém, se o resultado pode ser observado como um ensaio para uma das mais célebres sequencias de seu primeiro longa, a

Filme do Dia: Acossado (1959), Jean-Luc Godard

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Acossado ( Á bout de Souffle , França, 1959). Direção: Jean-Luc Godard. Rot. Adaptado: Jean-Luc Godard, baseado no conto de François Truffaut. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Martial Solal. Montagem: Cécile Decugis & Lila Herman. Dir. de arte: Claude Chabrol. Com: Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg, Daniel Boulanger, Jean-Pierre Melville, Henri-Jacques Huet, Jacques Mansard, Roger Hanin.         Michel Poiccard (Belmondo) é um farsante que vive de pequenos furtos e sonha ser Humphrey Bogart. Apaixonado por Patricia Franchini (Seberg), uma americana que vive em Paris, ele assassina um policial rodoviário que se encontrava em seu encalço. No dia seguinte sua foto se encontra nos principais jornais da cidade e ele se torna um alvo fácil da polícia. Franchini é blasée o suficiente para não afirmar que sente nada a respeito dele. Ela entrega o New York Herald Tribune nas ruas da cidade e sonha em ser jornalista, indo para uma entrevista coletiva com um famoso escritor, Parvulesco (

Filme do Dia: O Desprezo (1963), Jean-Luc Godard

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O Desprezo ( Le Mépris , França/Itália, 1963). Direção: Jean-Luc Godard. Rot. Adaptado: Jean-Luc Godard, baseado no romance Il Disprezzo, de Alberto Moravia. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Georges Delerue. Montagem: Agnés Guillemot & Lika Lakshmanan. Figurinos: Janine Autre. Com: Brigitte Bardot, Michel Piccoli, Jack Palance , Giorgia Moll, Fritz Lang.              Paul Javal (Piccoli) é um roteirista que vive um momento de crise com sua esposa, Camille (Bardot) na produção de uma adaptação da Odisséia por Fritz Lang (Lang), a ser rodada na Itália. Inseguro da relação desenvolvida entre Camille e o produtor do filme, Jeremy Prokosch (Palance), ele passa a uma postura defensiva, recusando-se a escrever o roteiro e sendo gradativamente desprezado por Camille, que parte com Jeremy. O  casal morre em um acidente na auto-estrada, enquanto Paul despede-se de Lang, com planos de retornar à Roma e escrever para o teatro.       Godard , característica já prenunciada em Acossa
Notre histoire continue, pleine de bruit et de fureur, avec un petit port comme dans le romans de Conrad, de grands voiliers comme dans le romans de Stevenson, un ancien bordel comme dans le romans de Faulkner, et deux types qui m'ont cassé la figure comme dans le romans de Chandler. Ferdinand Griffon, personagem de O Demônio das Onze Horas / Pierrot le Fou  apud STAM, Robert. O Espetáculo Interrompido , p. 56.

Filme do Dia: Paris Vu Par... (1965), Jean Douchet, Jean Rouch, Jean-Daniel Pollet, Eric Rohmer, Jean-Luc Godard & Claude Chabrol

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Paris Vu Par... (França, 1965). Direção e Rot.Original: Jean Douchet, com colaboração de Georges Keller nos diálogos ( Saint German- des-Prés ), Jean Rouch ( Gare du Nord ), Jean-Daniel Pollet ( Rue Saint-Denis ), Eric Rohmer ( Place de L´Etoile ), Jean-Luc Godard ( Montparnasse-Levallois ), Claude Chabrol ( La Muette ). Fotografia: Nestor Almendros ( Saint German- des-Prés , Place de L´Etoile ), Étienne Becker ( Gare du Nord , Place de L´Etoile ), Alain Levent ( Rue Saint-Denis ), Albert Maysles ( Montparnasse-Levallois ), Jean Rabier. Montagem: Jacquie Reynal & Dominique Villain ( Gare du Nord ). Dir. de arte: Eliane Bonneau ( La Muette ) & André Perraud ( Saint German-des-Prés ). Com: Jean-Pierre Andréani, Jean-François Chappey, Barbara Wilkin ( Saint German-des-Prés ), Stéphane Audran, Claude Chabrol, Giles Chusseau, Dany Saril ( La Muette ), Nadine Ballot, Barbet Schroeder, Gilles Quéant ( Gare du Nord ), Serge Davri, Phillippe Hiquilly, Joanna Shimkus ( Montparnasse-Le

Filme do Dia: Sympathy for the Devil (1968), Jean-Luc Godard

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Sympathy for the Devil (Reino Unido, 1968). Direção: Jean-Luc Godard. Fotografia: Colin Corby & Anthony B. Richmond. Montagem: Agnés  Guillemot & Kenneth F. Rowles. Com: The Rolling Stones, Anne Wiazemski, Marianne Faithfull, Anita Pallenberg, Iain Quarrin, Clifton Jones, Danny Daniels, Frankie Dymon. No auge de sua fase “desconstrucionista” e politizada do final da década de 60 e início da seguinte, Godard realizou esse pseudo-documentário com os Rolling Stones. Longe de qualquer outra referência cinematográfica usual a uma banda de rock, nem se acompanha uma turnê (como o pioneiro Don´t Look Now , de Pennebaker) nem propriamente aos bastidores da gravação de um álbum, tal como Let it Be (1970), dos Beatles (que, aliás, foram contactados por Godard e rejeitaram o projeto). Trata-se antes de um ensaio reflexivo sobre o momento político contemporâneo em que flagrantes da gravação e criação de uma única canção dos Stones – a canção-título – são entremeados seja com o dis

Filme do Dia: Aqui e Acolá (1976), Grupo Dziga Vertov

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Aqui e Acolá ( Ici et Ailleurs , França, 1976). Direção e Rot. Original: Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Gorin & Anne-Marie Miéville). Fotografia: William Lubtchansky. Música: Jean Schwarz. Montagem: Anne-Marie Miéville. Esse, que é o último filme do Grupo Dziga Vertov, o qual Gorin e, sobretudo, Godard foram os nomes mais frequentes, aborda, através de imagens filmadas seis anos antes na Palestina, e da assistência dessas imagens por uma família francesa contemporânea à produção do filme, temas como a banalidade da morte na região (muitos dos retratados na filmagem foram mortos posteriormente) e a reprodução de uma lógica da violência perpetrada pelos judeus em relação à Palestina, apesar de seu passado. Porém, existem igualmente subliminares temas formais como a relação temporal entre a filmagem e a recepção de um filme (mais poética e bem humoristicamente expresso em seu  Vento do Leste ) e espaciais como o que separa o Oriente Médio da França, que dá tít

Filme do Dia: Alphaville (1965), Jean-Luc Godard

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Alphaville ( Alphaville, Une Étrange Aventure de Lemmy Caution , França/Itália, 1965). Direção: Jean-Luc Godard. Rot. Adaptado: Jean-Luc Godard, baseado no romance Le Capitale de la Douleur , de Paul Éluard. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Paul Misraki. Montagem: Agnés Guillemot. Dir. de arte: Pierre Guffroy. Com: Eddie Constantine, Anna Karina, Akim Tamiroff , Jean-Louis Comolli, Michel Delahaye, Jean-André Fieschi, Howard Vernon.          O detetive Lemmy Caution (Constantine) vai investigar o estranho mundo de Alphaville, onde as pessoas  chegaram a um nível de cientifização e instrumentalidade que não mais admite a emoção e a poesia. Os que se insurgem contra são fuzilados. Caution demonstra particularmente interesse pela filha do cientista que procura encontrar, Leonard Nosferatu (Vernon) que, como ele, é proveniente dos Países Exteriores, Natacha Von Braun (Karina) – o sobrenome é decorrente da mudança de nome operada pelo cientista após mudar-se para Alphaville. Incomoda

Filme do Dia: Bande à Part (1964), Jean-Luc Godard

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Bande à Part (França, 1964). Direção e Rot Adaptado: Jean-Luc Godard, baseado no romance Fool´s Gold , de Dolores Hitchens. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Michel Legrand. Montagem: Françoise Colin, Dahlia Ezove, Agnes Guillemot. Figurinos: Christiane Fageol. Com: Anna Karina, Sami Frey, Claude Brasseur, Danièle Girard, Louisa Colpeyn, Chantal Darget, Georges Staquet, Ernest Menzer. Odile (Karina) é uma jovem que trabalha e vive com uma senhora, Madame Victoria (Colpeyn) que possui uma fortuna em seu armário, dinheiro que lesou dos impostos. Odile conhece uma dupla de malandros no curso de inglês, Franz (Frey) e Arthur (Brasseur). O trio planeja asssaltar Madame Victoria. Na primeira tentativa, o quarto onde se encontrava a fortuna, encontra-se fechado, algo que nunca acontecera antes. O trio combina uma tentativa no dia seguinte. Porém, a dupla chega antes do horário combinado, tranca Madame Victoria em um guarda-roupa e encontra apenas uma pequena quantidade do dinheir

Filme do Dia: Uma Mulher é uma Mulher (1961), Jean-Luc Godard

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Uma Mulher é uma Mulher ( Une Femme est une Femme , França/Itália, 1961). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Michel Legrand. Montagem: Agnès Guillemot & Lila Herman. Dir. de arte: Bernard Evein. Figurinos: Jacqueline Moreau. Com: Jean-Claude Brialy, Anna Karina, Jean-Paul Belmondo, Ernest Menzer, Nicole Paquin, Marie Dubois, Gisèle Sandre, Marion Sarraut. Angela (Karina) é uma jovem stripper que não se decide entre o amor com quem vive, Émile (Brialy) e um amigo dele, Alfred (Belmondo). Decidida a ter um filho a qualquer custo, que Alfred não deseja, Angela faz  amor com Émile. Quando Alfred sabe de tudo, decide ter um filho com ela. Segundo longa-metragem de Godard e sua primeira experiência em cores. O filme já acentua muito do que se tornará um caráter programático de sua carreira posterior, como o desconstrucionismo/tributo aos filmes de gênero clássicos e recusa ao psicologismo e ao naturalismo convencionais, não se fu