Filme do Dia: J'ai Faim, J'ai Froid (1984), Chantal Akerman
J’ai Faim, J’ai Froid (França, 1984). Direção Chantal Akerman. Fotografia Luc Benhamou, Gilles Arnaud & Luis Peracta. Montagem Francine Sandberg. Com Maria de Medeiros, Pascalle Salkin, Esmores Hanibal.
Duas jovens belgas (de Medeiros e Salkin) chegam em Paris, sem dinheiro, com frio e fome e vão se arranjando como podem. Saindo sem pagar de um café, cantando em um restaurante até conseguirem a simpatia de uma dupla de rapazes que paga o jantar delas e as leva para casa, aproximando-se das duas – por iniciação de uma delas – e fazendo sexo com ao menos uma delas.
Seria uma evocação
dos curtas iniciais de Godard? E de Todos os Rapazes se Chamam Patrick,
particularmente? Além de ser em preto&branco e protagonizado pelas melhores
e inseparáveis amigas, também há o mesmo clima de um cotidiano irrisoriamente
banal, embora se acrescente a este a falta de dinheiro das personagens e,
evidentemente, uma distância do romantismo ingênuo que ditava o tom e o título
do outro, embora não de todo. Sem falar que se passaram algumas décadas e o que
poderia ser sentido como frescor à época de Godard cai em chave mais
pós-modernista. Assim, o que seria especulação sobre a forma que seus homens de
interesse beijam, torna-se pretexto para que uma beije a outra. A leve nota
cômica fica sobretudo pelo modo esquemático e quase robótico como algumas ações
são encenadas – quando o homem que pagou, com o amigo, o jantar para ambas,
quando se encontravam em vias de serem retiradas do restaurante, as leva para
casa e diz que podem dormir na cama dele, enquanto ele dormirá no sofá, as duas
sem mais outro diálogo ou gesto simplesmente se metem sobre as cobertas.|12
minutos e 7 segundos.
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