Filme do Dia: Il Sole Sorge Ancora (1946), Aldo Vergano
Il Sole Sorge
Ancora (Itália, 1946). Direção: Aldo Vergano. Rot. Original: Guido Aristarco,
Giuseppe De Santis, Carlo Lizzani, Aldo Vergano & Vittorio Cottafavi, a
partir do argumento de Guiseppe Gorgerino. Fotografia: Aldo Tonti. Música:
Guiseppe Rosati. Montagem: Gabriele Varriale. Dir. de arte: Fausto Gallil.
Figurinos: Anna Gobbi. Com: Vittorio Duse, Elli Parvo, Massimo Serato, Lea
Padovani, Carlo Lizzani, Gillo Pontecorvo, Checco Risone, Aldo Vergano.
Após o armistício
do General Badoglio com as forças aliadas, em 1943, um verdadeiro clima de
guerra civil se segue num vilarejo lombardo. Cesare (Duse), que retorna ao
local, onde nasceu, justamente nesse momento crítico, torna-se membro da
resistência, vê-se dividido entre uma paixão por Laura (Padovani), também parte
da resistência e uma dama da alta sociedade colaboracionista, Matilda (Parvo),
cuja filha mantém uma relação íntima com o inescrupuloso líder nazista, o Major
Heinrich (Serato). Cesare e o padre Don Camillo (Lizzani) são levados para a
execução, mas acabam sendo salvos por uma ação improvisada da resistência.
Pouco tempo depois Don Camillo é recapturado e não tem a mesma sorte, sendo
executado diante da população, como afirmação do poderio nazista. A
resistência, no entanto, organiza uma reação massiva acuando os nazistas. Mario
(Rissone), irmão colaboracionista de Cesare, é assassinado quando busca fugir.
Destino semelhante tem Matilda.
Apesar do filme
de Vergano deixar mais marcada as diferenças internas entre os italianos que o
mais célebre Roma: Cidade Aberta
(1945), de Rossellini, o esquematismo aqui se torna ainda mais evidente.
Marcado por dicotomias algo simplificadas, como a que identifica a burguesia
industrial com o colaboracionismo e os operários com a resistência, o filme se
aproxima bem mais das convenções dos filmes de gênero, fazendo com que os
confrontos dos membros da resistência se tornme mais próximos dos filmes de
cowboys norte-americanos do que propriamente os humildes e desdramatizados
combates entrevistos em filmes como o contemporâneo Paisà , de Rossellini. Chega-se ao ponto de Cesare “ter a honra” de
eliminar o diabólico líder nazista, assim como um final feliz que apresenta o
casal Cesare e Laura observando da janela, as comemorações por uma sociedade
finalmente livre da barbaridade do conflito – sendo a cena mais chocante, a que
um garoto é morto a esmo pelo insano major nazista. Produzido pelas associações
de resistência o filme conta coma contribuição de vários futuros realizadores
como De Santis, Lizzani e Pontecorvo. Vergano
não mais obteria nenhum filme de relevância junto à crítica ou ao público,
morrendo amargurado e solitário em 1957. Destaque para os longos
planos-sequencia na primeira metade do filme, alguns deles apresentando um
verdadeiro painel de vários grupos sociais ao mesmo tempo. ENIC. 90 minutos.
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