Filme do Dia: Cilada Diabólica (1964), Freddie Francis

 


Cilada Diabólica (Nightmare, Reino Unido, 1964). Direção: Freddie Francis. Rot. Original: Jimmy Sangster. Fotografia: John Wilcox. Música: Don Banks. Dir. de arte & Don Mingaye: Bernard Robinson. Figurinos: Rosemary Burrows. Com:  Moira Redmond, David Knight, Jennie Linden,  Brenda Bruce, George A. Cooper, Clytie Jessop, Irene Richmond, John Welsh.

Janet (Linden) é uma estudante secundarista atormentada pelos pesadelos com a mãe que se encontra internada em um asilo para doentes mentais, após ter assassinado seu pai. Ao ser convidada a passar uma temporada na mansão da família, viajando com uma professora da escola, Mary Lewis (Bruce). Lá, ela passa a ter pretensas alucinações que, na verdade, não passam de uma articulação para que seu preceptor, Henry Baxter (Knight) se aposse da propriedade, High Towers, com sua esposa recém-casada, a enfermeira Grace (Redmond). Tudo isso, após o internamento da garota, tendo essa esfaqueado a mulher de Henry, numa armação calculada da dupla. Porém, logo será a vez de Grace se confrontar com uma série de episódios que a desestruturam, associados mais que tudo com seu ciúme doentio do recém-marido. Em pouco tempo a tensão entre o casal tornará sua vida em comum um inferno para Grace, que passa a se desequilibrar, como Janet. Um novo crime ocorre.

Curiosamente afasta-se bastante da linha mestra do horror privilegiada pelo estúdo, a dos monstros, enveredando por um terror psicológico que se transforma em mistério após determinado momento. Se Francis, fotógrafo talvez mais virtuoso que diretor (seria nessa função que ganharia dois Oscars por Filhos e Amantes e Tempo de Glória, de 1960 e 1989, respectivamente) consegue demonstrar algum preciosismo visual algo incomum, entre seus pares da companhia do qual se tornaria o segundo realizador mais visado, após Terence Fisher, em sua fotografia em p&b, o filme se torna preso do roteiro sensacional, repleto de golpes de efeito, mais que sutilezas psicológicas. Depõe contra a interpretação demasiado óbvia de sua primeira protagonista, vivda por uma Linden em início de carreira, em seu primeiro papel para o cinema, e com carreira mais vinculada a TV. Parentesco distante pode ser percebido com produções norte-americanas, de longe mais bem resolvidas como o incontornável Os Inocentes (1961), de Jack Clayton, não por acaso fotografado pelo próprio Francis - em um momento "vaporoso", proximo a um lago, por um breve momento parecemos nos encontrarmos no filme bem mais lembrado de Clayton. Ou ainda, na utilização das máscaras, com A Lista de Adrian Messenger (1963), de Huston. Hammer Films para Rank Films Dist. 83 minutos.

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