Filme do Dia: Saint Maud (2019), Rose Glass

 


Saint Maud (Reino Unido, 2019). Direção e Rot. Original: Rose Glass. Fotografia: Ben Fordesman. Música: Adam Janota Bzowski. Montagem: Mark Towns. Dir. de arte: Paulina Rzeszowska. Dir. de arte: Isobel Dunhill. Cenografia: Anna Mould. Figurinos: Tina Kalivas. Com: Morfydd Clark, Jennifer Ehle, Lili Knight, Lili Frazer, Turlough Convery, Rosie Sansom, Marcus Hutton, Carl Prekopp, Noa Bodner.

Maud (Clark) é uma cuidadora que irá ajudar a administrar o estado de saúde de uma veterana de destaque no mundo da dança, Amanda (Ehle), que se encontra em estado terminal. Porém, Maud tem pretensões além, de converter Amanda para a fé cristã, devota obsessiva que é. Maud pratica constantemente auto-mutilações e ocasionalmente sexo sórdido com homens pelos quais não possui qualquer envolvimento afetivo. Após estapear Amanda por ter feito troça de sua fé diante de seus convidados em uma festa, Maud abandona o cargo de cuidadora, mas não se esquece de Amanda, para a infelicidade da mesma.

Nada do que o filme retrata, com efeitos especiais, maquiagem e doses de suspense, e interpretações razoáveis,  é exatamente inverossímil em seu retrato de uma psicose conjugada à religião e repressão sexual. Porém tampouco se trata de algo original. E, pior, ilustrado com bem mais perícia em produções como o último episódio de O Amor de Rossellini ou mesmo uma leitura parcialmente irônica em sua ambiguidade pós-modernista como a de Ondas do Destino. Nos filmes citados esses sonhos de santidade, atrelados a sexualidade, ganha estofo e empatia por estarmos próximos de suas personagens, e sermos capazes de visualizar sua profunda humanidade, e não reduzi-las a um estereótipo clínico. Pode-se imaginá-lo que já é o suficiente para os propósitos que o filme almeja. Mas deixará bastante a desejar mesmo para quem busque um espetáculo de gênero e nada muito além. Escape Plan Prod./Film4/BFI Film Fund. 84 minutos.

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