Filme do Dia: Saint Maud (2019), Rose Glass
Maud
(Clark) é uma cuidadora que irá ajudar a administrar o estado de saúde de uma
veterana de destaque no mundo da dança, Amanda (Ehle), que se encontra em
estado terminal. Porém, Maud tem pretensões além, de converter Amanda para a fé
cristã, devota obsessiva que é. Maud pratica constantemente auto-mutilações e
ocasionalmente sexo sórdido com homens pelos quais não possui qualquer
envolvimento afetivo. Após estapear Amanda por ter feito troça de sua fé diante
de seus convidados em uma festa, Maud abandona o cargo de cuidadora, mas não se
esquece de Amanda, para a infelicidade da mesma.
Nada do
que o filme retrata, com efeitos especiais, maquiagem e doses de suspense, e
interpretações razoáveis, é exatamente
inverossímil em seu retrato de uma psicose conjugada à religião e repressão
sexual. Porém tampouco se trata de algo original. E, pior, ilustrado com bem
mais perícia em produções como o último episódio de O Amor de Rossellini ou mesmo uma leitura parcialmente irônica em sua ambiguidade pós-modernista
como a de Ondas do Destino. Nos filmes citados esses sonhos de
santidade, atrelados a sexualidade, ganha estofo e empatia por estarmos
próximos de suas personagens, e sermos capazes de visualizar sua profunda
humanidade, e não reduzi-las a um estereótipo clínico. Pode-se imaginá-lo que
já é o suficiente para os propósitos que o filme almeja. Mas deixará bastante a
desejar mesmo para quem busque um espetáculo de gênero e nada muito além. Escape
Plan Prod./Film4/BFI Film Fund. 84 minutos.
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