Filme do Dia: Kato Hayabusa Sento-Tai (1944), Kajirô Yamamoto




Kato Hayabusa Sento-Tai (Japão, 1944). Direção e Rot. Original: Kajirô Yamamoto. Fotografia: Akira Mimura. Dir. de arte: Takashi Matsuyama. Com: Susumu Fujita, Minoru Takada, Denjirô Ôkôchi, Takashi Shimura, Yataro Kurukawa, Takuzô Komugai.

Um carismático comandante de um pelotão, Kato Hayabusa, consegue cativar a todos os seus subordinados. Brincalhão ou enérgico, a depender da ocasião, Hayabusa é igualmente ferrenho em suas demonstrações de coragem e patriotismo, como quando enfrenta um avião inimigo que ameaça uma base aérea japonesa, aterrorizando seus homens. Após vários feitos bem sucedidos, Hayabusa acaba sendo vítima de uma ofensiva inimiga.

Evidente peça de propaganda, na qual a exaltação da liderança se associa ao martírio e a “glória” de ter morrido em combate pela nação. A ação se inicia três anos antes, pouco após o bombardeio ao porto norte-americano de Pearl Harbour. Ainda que, como boa parte dos filmes de guerra, ocorra uma certa ênfase na dimensão de uma coletividade masculina que representaria o pelotão de aviadores comandados por Kato, sua figura surge quase como uma reprodução em menor estatura do Imperador, com a vantagem de apresentar todo o seu carisma de forma descontraída nos momentos de folga, assim como ser uma liderança apropriada para os momentos de trabalho mais árduo ou de maior tensão. Repleto de cenas de espetacularização da guerra, assim como das ações nipônicas contra inimigos, seja transformando em cinzas literalmente uma base inimiga ou destruindo sua frota aérea, para não falar de um dos raros momentos em que a artilharia inimiga quase atinge o pelotão, sendo o avião devidamente abatido e seu piloto se entregue após a ação de Kato. As baixas, como é o caso do próprio protagonista, vem a ser referidas a posteriori. Dentre as cenas de monumentalização apologética e patriótica, devidamente embaladas por uma trilha que exalta uma versão sinfônica dos cantos patrióticos observados no início ou então marchas triunfalistas mais próximas do universo do faroeste americano, encontram-se as que observam dezenas de aviões no céu ou quantidade semelhante de paraquedistas a preencherem os céus do inimigo. Como as ações aéreas são uma potencial dose de aleatoriedade para o espectador desavisado, assim como as situações específicas com as quais os heróis se defrontam, existe a curiosa presença, aliás bastante enfática, de cartelas tais como as do cinema silencioso, a anteciparem como algumas vezes naquele, boa parte da ação que as segue. A provável boa recepção do público a época de seu lançamento deve ter estimulado que o realizador insistisse na temática da guerra no ano seguinte. Toho. 89 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

A Thousand Days for Mokhtar