Filme do Dia: Past Redemption (1913), Burton L. King
Past
Redemption (EUA, 1913). Direção: Burton L. King. Rot. Original: Thomas H. Ince
& Willian Clifford. Com:
Ann Little, Richard Stanton.
Jovem (Little) que se envolveu na
contravenção, apoiando o corrupto pai, dono do único saloon local, Howe, que tem que contrabandear bebida para os índios,
após a decisão por voto da comunidade, de uma lei seca. Após o confronto
armado, com inclusive a morte de seu pai, a jovem decide mudar de vida. Ela
acaba recebendo o apoio completo e depois igualmente o amor do Reverendo
(Stanton), partidiáro da proibição de bebida e quase vítima de um atentado seu.
Após ser solta, por intervenção do próprio reverendo, eles passam a viver um
romance, para o completo choque da comunidade local. Sua amizade com o
reverendo e sua filha despertam os boatos de um grupo de fofoqueiras, e a notícia rapidamente se
espalha. No domingo seguinte, os fiéis decidem abandonar o culto. Temendo por
estar destruindo a vida e a carreira do homem que ama, a jovem parte e no meio
da travessia do deserto acaba sucumbindo nos braços do Pastor e diante das
fofoqueiras da cidade.
A sucessão feérica de eventos que
ocorre em sua metade inicial mal deixa fôlego para que se acompanhe sua trama.
Sua metade final, bem mais pausada, que desenvolve a paixão interdita (alma do
melodrama) entre o pastor e a renegada, é uma oportuna representação, em termos
de ritmo, da vida pacata levada a partir de então pela protagonista. Sua
decupagem mais convencionalmente clássica certamente influenciou mais o
faroeste posterior do que as soluções mais marcadamente idiossincráticas
buscadas por Griffith. Para reforçar seu maniquísmo melodramático, o olhar das
fofoqueiras, encontrar-se-á presente em todos os momentos-chaves do drama.
Inclusive inverossimelmente presente na cena final, na qual a redenção da
protagonista se dará por sua providencial morte, outro tema evidentemente caro
ao melodrama. E é essa simpatia aberta pelos renegados da sociedade por seu
passado ou mesmo presente (a prostituta de No Tempo das Diligências), de forte dimensão cristã e bíblica, que filmes como
esse estarão praticamente forjando aqui. É tido por alguns como sido dirigido
por Ince. Kay-Bee Pictures para Mutual
Film. 10 minutos e 58 segundos.
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