Filme do Dia: Um Amor Sem Esperanças (1964), Desmond Davis

 


Um Amor Sem Esperanças (The Girl with Green Eyes, Reino Unido, 1964). Direção: Desmond Davis. Rot.Adaptado: Edna O´Brien. Fotografia: Manny Wynn. Música: John Addison. Montagem: Antony Gibbs & Brian Smedley-Ashton. Dir. de arte: Ted Marshall. Figurinos: Bárbara Gillett. Com: Peter Finch, Rita Tushingham, Lynn Regrave, Maire Kean, Arthur O´Sullivan, Julian Glover, T.P. Mackenna, Liselotte Goettinger.

Kate (Tushingham) é uma garota oriunda de uma família pobre, conservadora e católica da Irlanda que, sem maior educação formal, acaba se apaixonando por um homem bem mais velho que vive em Dublin, Eugene Gaillard (Finch), escritor frustrado que se dedica a traduções que nem sempre consegue êxito. Porém, a relação amigável do casal se torna problemática quando sua família leva-a de volta à província e ela é encorajada pelo pároco local (McKenna) a abandonar tal relação “pecaminosa”. Kate foge  e volta a morar com Eugene. Em pouco tempo, no entanto, a amistosa relação se transforma em conflitos, com Kate sentindo cada vez mais a distância cultural e do meio social do amante. Após abandona-lo em meio a um almoço, parte para Londres com sua melhor amiga, Baba (Redgrave) e percebe, em pouco tempo, que o que Eugene lhe advertira sobre a descoberta de novas possibilidades, inclusive afetivas, parecia ter um certo sentido.

Produzido por Tony Richardson e herdeiro não só das preocupações sociais de seu cinema como da estrela que o cineasta descobrira em sua obra-prima, Um Gosto de Mel (1961), a jovem Rita Tushingham, o filme se ressente dessa proximidade excessiva do estilo de seu produtor, ainda que sem a mesma tônica criativa e autoral do mesmo. O elenco está impecável, porém inexiste um senso de ritmo que explore de forma mais adequada momentos que poderiam render muito mais, em termos dramatúrgicos, como a experiência de Kate na casa de Eugene. Seu estilo realista e centrado nos dramas de personagens desglamorizados de baixa ascendência social, como o cinema do próprio Richardson, exerceria enorme influência sobre as gerações posteriores, cujo exemplo mais bem sucedido seria Ken Loach. Primeiro longa-metragem do cineasta, que anteriormente havia realizado inúmeras atividades na indústria cinematográfica, sendo operador de câmra desde a década de 1950 e atuado na produção de Um Gosto de Mel nessa atividade. Woodfall Film Productions. 91 minutos.

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