Filme do Dia: Ragtime Bear (1949), John Hubley
Ragtime Bear (EUA, 1949). Direção:
John Hubley. Rot.Original: Millard Kaufman. Música: Del Castillo.
Magoo vai passar
uma temporada de férias em uma estância de inverno com o sobrinho Waldo.
Próximo de chegar bate seu carro. O banjo do sobrinho cai nas mãos de um urso,
que não se faz de rogado e demonstra ser um virtuoso músico de ragtime. Já o
sobrinho cai no despenhadeiro, após ter salvo Magoo de sua própria miopia. Magoo
então ingressa no hotel com o urso como sobrinho.
Primeiro curta a
ser realizado para a série dos 55 que seriam produzidos até o final da década
seguinte, com o personagem, embora a série se chame, na verdade Jolly Frolics. Já fica expresso o
diferencial nos traços modernistas da animação em relação aos seus
contemporâneos de outras produtoras – uma característica que sua distribuidora
insistia, embora se deva reconhecer que existem experiências ainda mais
gritantes nesse sentido em produções anteriores a criação do personagem, como a
inspirada nos traços de Al Capp, Sadie Hawkins Day (1944). E que também significa um barateamento de custos à sua
produtora, já que aos traços mais básicos também se incorporava a utilização do
recurso que ficou conhecido como “animação limitada”, em que se reutilizava
desenhos para outros “planos”, prática que se tornará via de regra
posteriormente na TV. Embora o momento mais potencialmente risível seja o que
urso demonstra sua virtuosidade no banjo, tal alusão será lida, sobretudo no
século seguinte, como uma referência racista-jocosa à cultura negra sulista,
por mais distante que estejamos em termos geográficos de tal cultura.
Curiosamente, mesmo sendo em uma hospedaria em uma estação de inverno e até se
faça referência a um teleférico, existe somente uma gag vinculada ao uso de
esquis na neve. Hubley, também roteirista e tendo sido perseguido durante o
Macarthismo, foi uma figura dinâmica no universo da animação, vinculando-se a
projetos tanto de propaganda, como a animação comercial propriamente dita e até
mesmo demonstrando uma verve mais autoral e idiossincrática quando pôde (caso
de Windy Day), embora seu talento
também já tivesse chamado a atenção em curtas de muito antes que não se
encontravam vinculados ao perfil de uma série como aqui, caso do anárquico Rooty Toot Toot, de 1951. UPA para
Columbia Pictures. 7 minutos e 41 segundos.
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