Filme do Dia: A Queda de Tróia (1911), Luigi Romano Borgnetto & Giovanni Pastrone

 


A Queda de Tróia (La Caduta di Troia, Itália, 1911). Direção: Luigi Romano Borgnetto & Giovanni Pastrone. Rot. Adaptado: Giovanni Pastrone, a partir de Homero & Publius Vergilius Maro. Com: Luigi Romano Borgnetto, Giovanni Casaleggio, Madame Davesnes, Emilio Gallo, Olga Giannini Novelli, Giulio Vinà.

Helena, amor do bravo Menelau, cede a sedução de Páris, que a leva para Tróia. Os gregos tentam, sem sucesso, conquistar Tróia. Surge então a ideia do cavalo de Tróia, que é abandonado quando aparentemente as tropas desistem da conquista. Os troianos, pensando se tratar de um ícone religioso, trazem o gigantesco cavalo de madeira para dentro de suas portas. Os gregos que se encontravam dentro do cavalo ateiam fogo em vários pontos importantes do reino, enquanto um grupo de guerreiros invade pelas brechas de muro derrubadas para a passagem do cavalo. Páris morre.

Surpreendente pela escala da produção (cenários e objetos de cena, quantidade de extras) um tanto incomum para os padrões da época  que antecipa, em dimensão mais reduzida, o clássico Cabiria, não por acaso dirigido pelo mesmo Pastrone.  Se Griffith foi influenciado por essa produção épica italiana, infelizmente – sobretudo o espectador contemporâneo, de mais de um século após essa produção – não se pode dizer que o inverso foi verdadeiro. Ou seja, trata-se de uma produção quase exclusivamente filmada em câmera fixa, sendo a única exceção uma trucagem digna de Méliès que representa a jornada de Menelau, segue-se os protocolos dos épicos do período, que inclui cartelas que antecipam a ação, como a que se refere ao espião que retorna aos gregos para comunicar o sucesso da operação com o cavalo, as interpretações grandiloquentes e bastante próximas do melodrama teatral em termos de gestualidade, como na longa cena em que Páris e Helena se desesperam diante da inevitável queda de seu reino. Ainda que o filme se insinue como um típico drama de triângulo amoroso, logo essa dimensão fica secundarizada pelo confronto entre gregos e troianos. Aparentemente não se trata de versão integral do filme, que contaria com 31 minutos (*).  Itala Film. 26 minutos.

(*) Nota pós-escrito: Há versões de aparentemente mais de 50 minutos circulando pela Internet, embora a metragem que conste no IMDB é mais aproximada dessa - 28 minutos. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso