Filme do Dia: Mulher...e Nada Mais (1930), Malcolm St. Clair

 


Mulher...e Nada Mais (Montana Moon, EUA, 1930). Direção: Malcolm St.Clair. Rot.Original: Sylvia Thalberg, Frank Butler & Joseph Farnham. Fotografia: William H.Daniels. montagem: Carl Pierson & Leslie F.Wilder. Dir. de arte: Cedric Gibbons. Figurinos: Adrian. Com: Joan Crawford, Johnny Mack Brown, Dorothy Sebastian, Ricardo Cortez, Benny Rubin, Cliff Edwards, Karl Dane, Lloyd Ingraham.

A socialite Joan (Crawford) decidida a retornar a Nova York após breve temporada no “exótico” Montana, onde a família possui um rancho, encontra-se casualmente com o cowboy Larry (Brown) e uma paixão fulminante surge entre ambos. Porém Joan não resiste em sair com seus esnobes amigos, dentre eles o playboy Jeff (Cortez), que é escorraçado por Larry. Indignada com o que ocorreu, Joan parte de volta de trem para Nova York, mas o trem sofre um assalto e Joan é sequestrada por ninguém menos que Larry.

Tolo e rotineiro cowboy cantante -ao menos sob visada retrospectiva, já que aparentemente é o primeiro exemplar do gênero -  em que certamente o que mais soará ambicioso aos olhos de quase 9 décadas após sua realização seja o acumulado de clichês a separar a grã-fina sociedade janota da costa leste da caricatura ainda mais grosseira dos caipiras do Meio-Oeste americano, com sotaque de pretensões a provocar o riso e comportamento ainda mais idiotizado, sendo que aos homens do oeste não resta outra alternativa em sua valorização que uma virilidade ausente em seus contrapartes da elite como fica patente em uma festa organizada pelo pai de Joan. Se os números musicais deixam a desejar ou, melhor, fazem parte de um filão bastante específico em termos de nicho e época em que foram fomentados, sua encenação se torna motivo de uma crítica menos tolerante, já que efetivados sem a menor criatividade ou senso de ritmo, como o que se observa por uma eternidade o desaparecimento dos vaqueiros no horizonte. Crawford, única figura que permaneceria longamente na memória do cinema em seu elenco, está em seu trigésimo filme em cinco anos de carreira, parte delas em pontas não creditadas e ainda sem ter seu nome de fato fixado no firmamento hollywoodiano. MGM. 89 minutos.

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