Filme do Dia: Charlotte et Véronique, ou Tous les Garçons s’appelent Patrick (1959), Jean-Luc Godard

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Charlotte et Véronique, ou Tous les Garçons s’appelent Patrick (França, 1959). Direção: Jean-Luc Godard. Rot. Original: Eric Rohmer. Fotografia: Michel Latouche. Montagem: Cécile Decugis. Com: Jean-Claude Brialy, Anne Collette, Nicole Berger.
Charlotte (Collette) e Véronique (Berger) discutem sobre um jovem que conheceram recentemente e pelo qual se sentem enamoradas após um primeiro flerte. Trata-se de Patrick (Brialy), cujo nome acreditam ser mera coincidência e não o conquistador que testemunham sair de carro com uma terceira garota.
Esse curta, o terceiro assinado por Godard, torna-se involuntariamente curioso pela dinâmica com relação a perspectiva autoral que instaura. A partir de um roteiro e trama tipicamente rohmerianas, ocorre uma realização que visualmente é completamente distinta e marca sua aproximação com o estilo do próprio Godard, além de vários toques pessoais, como a enxurrada de referências, boa parte delas direcionadas ao universo do próprio cinema (as revistas Arts e Cahiers du Cinema, Marilyn Monroe e James Dean), pode-se perceber aqui exercícios de estilo – com relação à montagem – e dramaturgia, construção inclusive física dos personagens, que serão elaborados no longa de estréia do realizador que seguirá esse filme, Acossado. No limite, pode-se afirmar que se enquadra no que a crítica observou com relação a uma certa inocuidade das tramas com que  a Nouvelle Vague foi habitualmente caricaturada por seus críticos.  A referência depreciativa às mulheres nunca saberem de nada por Patrick, referindo-se ao fato de nenhuma das duas jovens saber que às árvores terem sido plantadas por Henrique IV, assim como seu tratamento paternalista e objetificado servirá como combustível para as futuras acusações de misoginia na obra do realizador.  Les Films de la Pléiade. 21 minutos.


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