Filme do Dia: Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014), Daniel Ribeiro


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Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Brasil, 2014). Direção e Rot. Original: Daniel Ribeiro. Fotografia: Pierre De Kerchove. Montagem: Cristian Chinen. Dir. de arte: Olivia Helena Sanches. Figurinos: Carla Boregas & Flavia Lhacer. Com: Ghilerme Lobo, Fabio Audi, Tess Amorim, Isabela Guasco, Selma Egrei, Victor Filgueiras, Elcir De Souza, Lúcia Romano.
Leo (Lobo) é um adolescente cego que se sente sufocado pelas atenções paternas, demasiado preocupados com cada movimento que ele faz. Sua melhor amiga é Giovana (Amorim), que habitualmente o leva até sua casa. A situação muda quando chega um novo garoto na escola, Gabriel (Audi), que desperta a atenção não somente de Giovana mas também de Karina (Guasco). Gabriel, no entanto, fica cada vez mais próximo de Leo. Numa festa na casa de Karina, Giovana se encontra estremecida com Leo, enciumada de sua proximidade excessiva de Gabriel e o que ela acredita ser um descaso em relação a ela, enquanto Gabriel dá um rápido beijo em Leo. Leo pensa em fazer um intercâmbio no estrangeiro, o que desperta uma reação inicial negativa de seus pais. Quando surge uma ocasião para partirem a uma colônia de férias, Leo sente-se inseguro em relação a Gabriel, que todos comentam se encontrar ficando com Karina. Ele diz a Giovana se encontrar apaixonado por Gabriel, despertando inicialmente o afastamento dessa. Giovana sugere que Gabriel visite Leo, que se encontra enfermo após um banho de piscina na colônia. Ele vai e todos os mal entendidos são superados.
Mais próximo de um sensibilismo direto e sem filtros do que Passagem Azul, que procura igualmente trabalhar com leveza seu tema aproximado em um universo semelhante ou do tom ainda mais comedido e ao mesmo tempo confessional e nostálgico de Rosas Selvagens, o filme não se escusa em apelar para clichês e personagens dos quais não possuímos uma dimensão mais ampla ou complexa do que nos é apresentado. Há uma evidente construção empática com seu carismático protagonista, vivido com bravura por Lobo e situações milimetricamente planejadas para despertar risos ou lágrimas. E nem por isso esses deixam de fluir, pois o filme consegue manipular de forma demasiado certeira as emoções do espectador. Assim, o final com o gesto de afirmação público do amor de Gabriel por Leo vem coroar todas essas estratégias cuidadosamente costuradas.  É um exercício de virtuosidade no que se propõe e algo chamativo em termos do cenário contemporâneo da produção brasileira, o que não é pouco. Porém, igualmente, não mais que isso. Elaborado a partir dos personagens e situações desenvolvidas no curta Eu Não Quero Voltar Sozinho (2010). Lacuna Filmes para Vitrine Filmes. 95 minutos.

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