Filme do Dia: A Rainha Tirana (1955), Henry Koster
A Rainha Tirana (Virgin Queen, EUA, 1955). Direção: Henry
Koster. Rot. Adaptado: Harry Brown & Mindret Lord, a partir do conto Walter Raleigh, de Brown. Fotografia:
Charles G. Clarke. Música: Franz Waxman. Montagem: Robert L. Simpson. Dir. de
arte: Leland Fuller & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Paul S. Fox & Walter
M. Scott. Figurinos: Mary Wills. Com: Bette Davis, Richard Todd, Joan Collins,
Jay Robinson, Herbert Marshall, Dan O'Herlihy, Robert Douglas, Romney Brent.
Walter
Raleigh (Todd) é um ambicioso irlandês que rapidamente ganha as graças da
Rainha Elizabeth I (Davis), após sua chegada improvisada na corte. E não
apenas. Uma das damas de corte da rainha, Beth (Collins), encanta-se pelo noviço
na corte também. E até a sisuda rainha demonsra certo fraco por ele. O rápido sucesso de Raleigh na corte lhe gera adversários, como Sir Christopher
Ratton (Douglas). Ele casa-se em segredo com Beth. O maior desejo de Raleigh é
comandar uma frota de três navios rumo ao Novo Mundo. Elizabeth, após idas e
vindas, cede-lhe um. Enquanto o comanda, Sir Raleigh descobre que sua esposa se
encontra grávida e que a rainha possui planos de envia-la à corte francesa.
Quando a Rainha fica sabendo de seu casamento, da boca de seus adversários, ele
se torna prisioneiro com condenação à morte por traição. Após receber uma
visita da Rainha, essa muda de opinião e o delega que volte a sua força-tarefa
nos mares.
Essa anêmica produção nem consegue desenvolver as
intrigas palacianas dos filmes históricos mais próximos das últimas décadas nem
tampouco ser dotada da vitalidade e da ação exuberante de filmes como As Aventuras de Robin Hood (1938), de Curtiz. De fato, não há valores de produção, tela panorâmica, trabalho de
câmera ou interpretação de Davis que
espantem seu mofo. Provavelmente sua recusa aos primeiros planos,
sobretudo de Davis, devam-se ao momento potencialmente climático no qual retira
sua peruca e se descobre careca. Porém se esse foi o intuito, parece
desperdiçado pois não se gera nenhuma situação diferenciada. Dos movimentos de
câmera se deve destacar aquele plano-sequencia que acompanha a saída da rainha
da prisão de Raleigh, sua vacilação observada pelo postigo do cárcere, e seu
retorno com uma mudança de posição e desfecho para a narrativa, assim como o
(com o perdão da palavra) majestoso plano que se afasta gradativamente da
rainha, apresentando-a como solitária dona do poder e das atribuições que lhe
restam, mas efetivamente sem o amor que projetara em Raleigh, fechando seu
plano não exatamente como o final feliz do novo casal singrando para um
"novo mundo" que com o azedume dessa, uma das rainhas pelo qual o
cinema mais se interessou, e que a própria Davis já havia encarnado no anterior Meu Reino
por um Amor (1939), também de Curtiz, no qual curiosamente 15 anos mais nova, vivencia uma
rainha mais idosa que o momento aqui descrito. 20th Century-Fox. 92
Comentários
Postar um comentário