Filme do Dia: Criando uma Víbora (1909), D.W. Griffith




Criando uma Víbora (Nursing a Viper, EUA, 1909). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: D.W. Griffith & Frank E. Woods. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Arthur V. Johnson, Marion Leonard, Frank Powell, Frank Evans, James Kirkwood, Florence Lawrence, Mack Sennet.
Ambientado na Revolução Francesa, um dos motivos históricos que também despertou a atenção do realizador (sendo o primeiro a Guerra Civil Americana), o filme se encontra longe dos mais virtuosos que o realizador efetuou no período como Vida Solitária ou O Preço do Trigo. Aqui, ao contrário de Vida Solitária, o uso de uma trama mais pretensiosa acaba encontrando seus limites, seja no tempo, seja em uma organização da ação que deixa margens a falta de clareza do que realmente se efetiva, em certos momentos, e isso mesmo fazendo uso de cartelas, ausentes do outro. Aqui um casal de aristocratas defende idéias republicanas. Após acolherem um aristocrata de uma propriedade vizinha que foge do linchamento, fazendo-o passar por criado, esse retribui assediando grosseiramente a esposa do dono da casa. Em resultado, o marido o expulsa, abandonado-o a sua própria sorte. É a dimensão da intimidade familiar o que realmente importa e se torna difícil apontar qualquer simpatia demarcada socialmente – pois se os revolucionários são apresentados da forma mais caricata e mesquinha possível e os aristocratas que formam o casal principal demonstram seu alto grau de dignidade, é igualmente um membro da aristocracia que tenta seduzir à força a esposa. Em termos de construção visual o filme apresenta uma maior liberdade com relação a continuidade e planos excêntricos, em termos de composição, como a dos homens que observam uma pequena multidão de revolucionários saírem  de um castelo. Biograph. 10 minutos.

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