Filme do Dia: The Farm (1938), Humphrey Jennings
The Farm (Reino Unido,
1938). Direção: Humphrey Jennings.
Documentário curto
filmado no raro processo em cores Dufaycolor, apresentando o cotidiano bucólico
de uma fazenda. Logo de início o narrador afirma se tratar de uma propriedade
em Wessex na primavera. O filme se apresenta, igualmente, através de outro
comentário do narrador, como uma espécie de alternativa aos que não podem
seguir a recomendação de um poeta de observar uma fazenda todos os dias para
ter paz de espírito. Nos primeiros minutos, após uma imagem do gado, prefere seguir as ovelhas, animais de potencial maior de carisma e movimento. A
seguir vem os porcos, com uma imagem de uma ninhada grande de porquinhos
mamando nas generosas tetas de uma porca bem nutrida. Quando a imagem da porca
movendo a cabeça pode sinalizar algo não muito de acordo ao que o narrador
afirma sobre ela estar vivenciando com prazer a operação, a imagem corta para o
tópico seguinte, o gado. Após uma breve aproximação dos cavalos de raça, a
colheita de trigo é o tema seguinte (e que se tornará chave no
documentário quase gêmeo desse, English Harvest, produzido a partir do
mesmo material, mas com imagens algo distintas e uma trilha sonora
diferenciada). Os rumores da guerra não possuem abrigo aqui, frisa o narrador,
ainda que somente o fato do narrador acentuá-lo demonstra o estado de tensão da
época. As imagens iniciais de English Harvest são aqui utilizada como prólogo do segmento que afirma sobre a
passagem de seis meses e a chegada do verão. É sobretudo esse segmento que mais
compartilha imagens com o outro documentário contemporâneo. A imagem final com
uma parelha de cavalos arando o campo e sendo ritmada por seu condutor, seguida
por um cavalo solitário em situação similar e guiado por um segundo homem é a
mesma do outro documentário, embora o comentário over seja distinto.
Posicionando-os em relação a vastidão da planície em profundidade, há um que de
melancólico que a música algo triunfante pretende esconder e que remete,
igualmente, ao final de um dos curtas mais célebres de Griffith na Biograph, O Preço do Trigo. Dufay-Chromex. 13
minutos.
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