Filme do Dia: Foney Fables (1942), Friz Freleng





Uma paródia concentrada de diversas fábulas, boa parte delas com a habitual ironia que se contrapõe ao tom infinitamente mais adocicado que Disney as visualizaria, sendo que em vários casos já o havia visualizado (João e o Pé de Feijão) e outras viria a fazê-lo (A Bela Adormecida). Como em outras produções do gênero, as páginas do livro demarcam a passagem de um trecho – bastante reduzido – de um conto, assim como, ao mesmo tempo, e de forma mais clássica e menos anárquica, evidenciam o caráter de fabulação do próprio desenho-animado. E, como seria ainda mais enfatizado por Avery, boa parte do humor ou pretensão ao mesmo advém da mescla entre os elementos mágicos e desistoricizados dos contos de fadas e situações típicas do mundo moderno, como o gênio que se recusa a sair da lâmpada por se encontrar de greve. Não faltam referências ao esforço de guerra, com a cigarra apresentando seus bônus de guerra quando a formiga vem lhe passar um sermão. Destaque para  todos os personagens que surgem com algum perfil mais cínico serem praticamente uma reprodução do personagem carro-chefe da série, Pernalonga, seja através dos gestos ou do tom de voz. Mesmo que lidando com balizas mais convencionais e menos irônicas  para sua narrativa talvez Goofy Goofy Gander (1950), para a série Little Audrey, lide de forma mais inteligente com a transtexualidade dos contos e sua relação com a animação. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros.  8 minutos e 9 segundos.

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