Filme do Dia: Férias de Amor (1955), Joshua Logan
Férias de Amor (Picnic, EUA, 1955). Direção: Joshua
Logan. Rot. Adaptado: Daniel Taradash, a partir da peça de William Inge. Fotografia: James Wong Howe. Música: George Duning.
Montagem: William A. Lyon & Charles Nelson. Dir. de arte: William Flannery
& Jo Mielziner. Cenografia: Robert Priestley. Figurinos: Jean Louis. Com:
William Holden, Kim Novak, Betty Field, Susan Strasberg, Cliff Robertson,
Rosalind Russell, Arthur O’Connell, Verna Felton.
Após
muitos anos ausente da sua pequena cidade, Hal Carter (Holden) retorna e se apaixona por Madge Owens (Novak), a mais bela
garota da cidade e prometida para seu único amigo de juventude, Alan Benson
(Robertson), cujo pai arranja um emprego para ele. A tensão se torna
insuportável a partir de um piquenique, no qual Madge não apenas dança com Hal
e deixa de lado a irmã menos atraente e jovem, Millie (Strasberg), como sai com
ele em seu carro. Alan aciona a polícia, tendo como subterfúgio o fato de Hal
ter saído em seu carro. Ele surge na casa dos Carter e brigam, com Hal fugindo e tendo a polícia em seu encalço.
No dia seguinte ele surge e pede que Madge vá ao encontro dele, pegando um trem
como clandestino. Apesar de todas as súplicas da mãe, Flo (Field), Madge viaja
de ônibus para encontra-lo.
Esse,
que talvez seja o filme de Logan – de carreira relativamente breve e com apenas
11 filmes - pelo qual seria mais
lembrado transpira a sexo em boa parte de sua ação, sobretudo em sua primeira
metade. Como em algumas peças de Tennessee Williams, Hal/Holden é o elemento
masculino e viril que desestabiliza o matriarcado, tornando-se praticamente o
alvo de todas as mulheres. Mesmo não possuindo o sex appeal de Brando ou o carisma de James Dean, é sobre o corpo de
Holden, mais do que qualquer uma das mulheres, que o filme se detém enquanto
potencial objeto do desejo. Na cena mais patética de todas, a solteirona vivida
por Russell, simplesmente rasga sua camisa, em sua desesperada tentativa de
seduzi-lo à força. Porém, seu torso nu já havia sido objeto da atenção de todo
o grupo de mulheres desde o início, quando de seu retorno à cidade. Noutro momento,
observa-se as reações de homens e mulheres na contiguidade de seus respectivos
vestiários. Desigual, o filme tropeça numa desnecessária apresentação da rotina
de um acampamento de férias, com seus aborrecidos jograis familiares. Porém,
pior que isso, já que tal momento ainda pode ser considerado como interessante,
ainda enquanto propiciador de uma mera contraposição entre um mundo
aparentemente idílico e uma vitalidade que não se deixa aprisionar em seus
limites tacanhos, representada pelo desejo sexual, é o tempo gasto com a trama
secundária, vivenciada pelos solteirões Alan e Flo, com a última implorando
por casamento, na segunda cena mais patética do filme. A cena aérea final,
pouco usual para a época, filmada pelo então assistente de Howe, Haskell
Wexler, torna-se evocativa da primeira experiência do gênero em Hollywood, no
filme Amarga Esperança (1948), de
Nicholas Ray. Columbia Pictures. 115 minutos.
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