Filme do Dia: Caçadores de Obras-Primas (2014), George Clooney


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Caçadores de Obras-Primas (The Monument’s Men, EUA/Alemanha, 2014). Direção: George Clooney. Rot. Adaptado: George Clooney & Grant Heslov,  a partir do livro de Robert M. Edsel & Brett Witter. Fotografia: Phedon Papamichael. Música: Alexandre Desplatt. Montagem: Stephen Mirrione. Dir. de arte: Helen Jarvis, Cornelia Ott & David Scheunemann. Cenografia: Bernhard Henrich. Figurinos: Louise Frogley. Com: George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, Cate Blanchett, John Goodman,  Jean Dujardin, Hugh Bonneville, Bob Balaban.

Frank Stokes (Clooney) consegue convencer seus superiors a missão arriscada de viajar para a Europa devastada pelos momentos finais de uma guerra ainda não finda e levar consigo um pequeno grupo de homens, formado basicamente por James Granger (Damon), Richard Campbell (Murray), Walter Garfield (Goodman), Jean-Claude Clermont (Dujardin), Donald Jeffries (Bonneville) e Preston Savitz (Balaban). Seu objetivo? Salvar obras-primas dos bombardeios e destruições sumárias nazistas ou da ganância dos soviéticos. Uma colaboradora forçada dos nazistas, a durona Claire (Blanchett), torna-se uma peça essencial para que tenham indicações precisas sobre o paradeiro de muitas obras, dentre elas a Madona que resultou na morte de  um de seus homens. A posição polêmica de Stokes, quando confrontado se a morte de dois de seus homens havia sido válida, é a de que haviam lutado, tal como os militares com objetivos mais tradicionais, por bens comuns da humanidade.

Aborrecido xarope que consegue reunir, apesar do bom elenco engajado, o pior que poderia existir em termos de roteiro infestado de pseudo-gags destituídas de humor e demasiado previsíveis e esquemáticas para soarem algo além de irritantes e repleto de uma atitude auto-complacente com a história, na qual os Estados Unidos são paladinos da justiça e empenho moral, devolvendo as obras apreendidas para os referidos museus de origem, enquanto os soviéticos são apresentados como gananciosos saqueadores e nada além disso. Mesmo na aspereza de Claire, vivida com o brilho habitual de Blanchett, repleta de reserva e de uma ironia que a afastam do mundo dos sentimentos mais “espontâneos” do grupo comandado por Stokes, há o reconhecimento de que se não fossem os americanos ela sequer estaria viva. A trilha musical de Desplatt é mais uma peça de redundância com seus cansativos leitmotifs. Como o que empastela ainda mais a dispensável cena do discurso de Stokes sobre os princípios morais que guiam sua empreitada, produzida para provocar um efeito sentimental fácil demasiado planejado para resultar no objetivo.   Numa estratégia talvez de angariar um público mais amplo, o filme derrapa ao não ingressar nem nas obras mais interessantes da parceria talentosa Clooney & Heslov (Boa Noite, Boa Sorte., Tudo pelo Poder) nem tampouco emplacar enquanto filme de ação bem resolvido. Quando Stokes ressurge ao final, admirando a imagem da Madona em 1977, na Bélgica, em mais uma confirmação protocolar da validade de sua empreitada bem ao estilo de Spielberg & cia., o que parece ser a maquiagem mais perfeita para simular o envelhecimento de um personagem já efetuada pelo cinema é, na verdade, o pai de George Clooney. Columbia Pictures/Fox 2000 Pictures/Smokehouse Pictures/Studio Babelsberg para 20th Century Fox/Columbia Pictures. 118 minutos.


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