Filme do Dia: Meus Oito Anos (1955), Humberto Mauro
Meus Oito Anos (Brasil, 1955). Direção: Humberto Mauro. Fotografia: José Mauro.
Esse
talvez seja o mais célebre dentre os curtas que Mauro dirigiu para a série
Brasilianas, produzida pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo. Aqui a
nostalgia dos tempos de criança do poema de Casimiro de Abreu, devidamente
musicado, vem embalar a melancolia de um homem do interior de Minas. Nessa
apologia aos valores simples, tudo é observado com ternura e sem conflito –
talvez daí a ausência de figuras adultas no filme, restritas a uma mão na
cabeça do garoto deitado na rede – como a captura de um pássaro na armadilha, o
jogo de bolinha de gude, o banho de cachoeira com o amigo ou a ida a missa.
Nesse universo inocente e devidamente dessexualizado e naturalizado, faz-se uso
a certo momento de um flashback
dentro de outro – o adulto que lembra a criança que por sua vez sonha com
elementos da natureza – com um resultado final que oscila entre a poesia visual
de suas imagens e certa pieguice sentimental bastante afinada com a melodia e a
letra da canção. INCE. 9 minutos e 5
segundos.
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