Filme do Dia: Triângulo Amoroso (2010), Tom Tykwer
Triângulo Amoroso (3, Alemanha, 2010). Direção e Rot. Original: Tom Tykwer.
Fotografia: Frank Griebe. Música: Reinhold Heil, Johnny Klimek, Gabriel Isaac
Mounsey & Tom Tykwer. Montagem: Mathilde Bonnefoy. Dir. de arte: Uli
Hanisch & Kai Koch. Figurinos: Polly
Matthies. Com: Sophie Rois, Sebastian Schipper, Devid Striesow, Annedore
Kleist, Angela Winkler, Alexander Hörbe, Winnie Böwe, Hans-Uwe Bauer.
Hanna (Rois),
casada há 20 anos com Simon (Schipper), passa a vivenciar uma relação
extra-conjugal com o atraente Adam (Striesow). Seu marido, que desligou os
aparelhos que faziam com que a mãe, Hildegarde (Winkler) vivesse apenas
organicamente, sofre uma cirurgia para retirada de um dos testículos e também
passa a se relacionar extra-conjugalmente com um homem que conhece na natação.
Por coincidência, trata-se do mesmo Adam. Hanna chega desesperada com a notícia
de gravidez para Adam, no mesmo momento em que Simon por lá se encontra. A
separação inicial dos três acaba com a reconciliação do casal e a revelação de
que ambos sentiam falta de Adam.
O cinema de Tykwer,
como habitual, é repleto de bossa e estilo, na mesma medida em que esvaziado
dramaticamente de algo mais substancioso. Aliás, o estilo aqui parece ser um
aditivo para sua anemia dramática, com resultados que não vão além de pífios.
Tela dividida, pequenas variações com a montagem linear, incisões
extra-diegéticas (como a do trio de dançarinos sobre um cenário absolutamente
branco, visualmente magnífica), etc., não conseguem dar conta ou suprir o que
não se resolve em nível mais convencionalmente dramático. Todo momento em que o
pathos pode explodir, como é o caso do episódio que envolve a morte da mãe,
apela-se para saídas francamente escapistas, como a do anjo da mesma vindo a
conversar e se despedir de Simon, selando o completo recalque para o luto e o
sofrimento que traduz inevitavelmente uma prática contemporânea que em muito
ultrapassa a mera justificativa de se tratar de uma comédia. Seu tom fabular,
que mesmo não virando às costas para o realismo, tampouco o abraça como regra,
encontra-se presente na própria personagem de Adam, com seu nome mais que
significativo, assim como na mal costurada subtrama associada a pesquisa
genética, ao qual se encontram vinculados Hanna e Adam. Na banda sonora a
presença de Ziggy Stardust, de Bowie,
somente escutada completamente ao final, como se só então o coito interrompido
ou parcial relativo ao trio pudesse efetivamente se concretizar. X Film Creative Pool/WDR/ADR Degeto Film/ARTE. 119 minutos.
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