Filme do Dia: Em Busca de um Homem (1957), Frank Tashlin
Em
Busca de um Homem (Will Sucess Spoil Rock Hunter?, EUA, 1957). Direção:
Frank Tashlin. Rot. Adaptado: Frank Tashlin, baseado na peça de George Axelrod.
Fotografia: Joseph MacDonald. Música: Cyril J. Mockridge. Montagem: Hugh S.
Fowler. Dir. de arte:
Leland Füller & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Bertram C. Granger &
Walter M. Scott. Figurinos: Charles Le Maire. Com: Tony Randall, Jayne Mansfield, Betsy Drake, Joan
Blondell, John Williams, Henry Jones, Lili Gentle, Mickey Hargitay.
O publicitário recém-desempregado
Rockwell Hunter (Randall) vê sua vida subitamente transformada e a chegada do
sucesso quando se torna o queridinho da estrela de cinema do momento, Rita
Marlowe (Mansfield). Porém tal cartada publicitária, se ajuda Hunter a ascender meteoricamente na firma que
lhe despedira, acaba prejudicando sua relação com a noiva Jenny Wells (Drake).
Quando se encontra no auge da carreira, Hunter desiste de tudo para viver como
fazendeiro com Jenny e sua sobrinha April (Gentle).
O visual e o humor explicitamente
inspirados nos desenhos clássicos da Warner, para quem Tashlin trabalhara
durante anos, de uma fina ironia com o estilo de vida americano e seus valores,
são o maior dos trunfos desse que é um dos melhores filmes do cineasta. Sua auto-paródia
não poupa, já de início, a famosa fanfarra do estúdio, com Randall apresentando
o próprio filme, numa referência constante ao meio televisivo, que ameaçava a
própria indústria cinematográfica e que é ironizado, por sua tecnologia ainda
precária, em uma nova intervenção, na metade do filme. Nesse jogo em cascata de
referências, a personagem de Marlowe é associada a um filme realizado pela
própria Mansfield que, por sua vez, é uma caricatura de Marilyn Monroe dentro e
fora das telas (o nome de seu personagem é uma mescla de Monroe, Rita Hayworth
e Jean Harlow). A ironia com o Sonho Americano é pontuada, a todo momento, pelo jingle You Got it Made
(num processo de criação muito semelhante ao realizado por Fellini em seu
posterior episódio para Boccaccio’70) e fades de cores vibrantes,
sublinhando a atmosfera de fantasia do filme (Bergman, utilizar-se-ia de um
recurso equivalente para seu Gritos e Sussurros). Embora o filme possua várias gags subliminares com
relação á sexualidade, de cunho abertamente sexista, muito recorrentes nas
comédias de Billy Wilder, como uma simulação de orgasmo e insinuações de
lesbianismo, o universo do cineasta é menos cínico e amoral que o de Wilder.
Curiosamente, mais um elemento nesse jogo entre fantasia e realidade é que o
amante abandonado pela estrela no filme, torne-se marido de Mansfield. Lançado
na televisão com o título de O Grande Sucesso de Rock Hunter. National Film Registry em 2000. 20th Century-Fox. 93 minutos.
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