Filme do Dia: Max en Convalescence (1911), Max Linder
Max en Convalescence (França, 1911). Direção e Rot. Original Max Linder. Com Max Linder, Jean Leuvielle, Marcelle Leuvielle, Suzanne Leuvielle.
Desde que chega na propriedade da família de sua
namorada (Suzanne Leuvielle), Max (Linder) se torna vítima das peraltices de um
cavalo que, quando vai cumprimentá-lo, recebe mordidas. O animal estraga seu
fraque e faz derramar água do chuveiro quando ele se encontra com roupa, puxa a
toalha com todo o seu café da manhã e após relatar esta última peraltice a
jovem, ela o leva para se sentar e desfrutar das frutinhas que ela havia
colhido e o cão havia trazido em uma cesta; quando sentam na cadeira, pouco
depois o cavalo surge e derruba ele e a cadeira juntos. Depois disso, Max vai
pescar sozinho, após devidamente prender o equino em seu cercadinho. O cavalo
rompe o cercado. E retira o contrapeso de um vaso que Max havia construído,
como uma balança improvisada, para que conseguisse permanecer sentado pescando,
levando Max a cair na lagoa e começar a se afogar, sendo salvo pelo cachorro,
que ouviu seus gritos.
Os Lumière sem dúvida deixaram sua marca na história
do cinema. O primeiro plano deste curta, da chegada de Max em um trem, é
observado da mesma perspectiva em diagonal do célebre filme da primeira sessão
pública dos irmãos Auguste e Louis. A qualidade da imagem – muito bem
preservada, diga-se passagem – é outro chamariz. E a profundidade de campo,
sinuosa, fontal ou oblíqua, como é o caso aqui, da pequena carruagem que os
leva, ladeados por árvores, e aliás guiada pela moça. E haja movimentos de
câmera a reenquadrar os personagens em movimento. E planos a trazerem uma
beleza típica dos retratos pintados de paisagens do campo francês, como é o
caso da passagem de Max por um local onde há uma lagoa, um barco e uma casa ao
fundo e um caminho de calçamento. Provavelmente havia algo de improvisado na
tentativa de manter os curiosos distantes dos locais da filmagem. Um deles
surge correndo desembaladamente ao fundo da cena em que Max prepara seu
mecanismo para pescar – e até se imagina que ele soltaria o cavalo ou algo do
tipo, e que poderia ser um esquema combinado da família para se livrar de Max,
mas não. E, no momento de seu afogamento, entre o alvoroço e os gritos dele,
observamos duas mulheres placidamente encostadas na cerca ao fundo,
possivelmente curiosas com a câmera a registrar a visível encenação do
afogamento, pois é bastante raso o local. |Pathé Frères. 10 minutos.
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