Filme do Dia: Raça Brava (1966), Andrew V. McLaglen
Raça Brava (Rare Breed, EUA, 1966). Direção: Andrew V. McLaglen. Rot. Original: Ric
Hardman. Fotografia: William H. Clothier. Música: John Williams. Montagem:
Russell F. Schoengarth. Dir. de arte: Alexander Golitzen & Alfred Ybarra.
Cenografia: Oliver Emert & John McCarthy Jr. Figurinos: Rosemary Odell.
Com: James Stewart, Maureen O’Hara, Brian Keith, Juliet Mills, Don Galloway,
David Brian, Jack Ellan, Ben Johnson, Harry Carey Jr.
1878. A viúva
Martha Price (O’Hara) e sua filha Hilary (Mills) viajam da Inglaterra com a
intenção de disseminar a raça bovina Hartford na América. Elas contratam Sam
Burnett (Stewart) para levar o touro Vindicator, objeto de grande estima de
Hilary, para o Texas. Burnett se sente tentado em ganhar dinheiro escusamente e
não levar o touro ao destino prometido, mas acaba se apaionando por Martha,
chegando ao ponto de indiretamente matar um homem (Elam) para recuperar o
dinheiro que havia roubado dela. Hilary, por sua vez, apaixona-se por Jamie
Bowen (Galloway), capataz e filho do barão do gado Alexander (Keith),
excêntrico irlândes que mal se dirige a ele. Alexander se encanta por Martha e
a pede em casamento. Hilary nega o pedido de casamento de Jamie, temendo que
sua mãe tenha que necessariamente casar com Alexander. Após uma peleja entre
Sam e Alexander, fica claro também para este por quem o coração de Martha
efetivamente bate.
Talvez o menos
inspirado dos westerns dirigidos por McLaglen no início de sua carreira, sua
curiosidade talvez repousando no involuntário tom quase tão excêntrico quanto
do personagem de Alexander – ainda que no elenco o personagem de Brian Keith
seja o que mais chame a atenção, sem dúvida o mais interessante de todos de
longe é o sanguíneo vilão de olhos esbugalhados vivido numa ponta por Jack
Ellan – que acaba provocando uma atmosfera evocativa das experimentações
conscientes com o gênero efetivadas na década seguinte por um cineasta como
Robert Altman. A trilha sonora de Williams não deixa muito espaço para que as
imagens ganhem um encorpamento próprio, sugerindo de antemão qual o tom que
deve ser lida tal cena. A Hilary de Mills é quase tão nerd quanto muitas das
personagens que Altman apresentaria em alguns de seus filmes ambientados na
América contemporânea. Por mais que se adivinhe sem muito esforço como as
situações em suspensão terão seu desfecho, pouco se consegue imaginar com
relação as cenas propriamente ditas, tal como o momento não completamente
destituído de boa dose de absurdo, no qual Hilary leva Vindicator para uma
liberdade que representará evidentemente sua morte em meio ao rigoroso inverno.
Universal
Pictures. 97 minutos.
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