Filme do Dia: Era Uma Vez em Nova York (2013), James Gray

 


Era Uma Vez em Nova York (The Immigrant, EUA, 2013). Direção: James Gray. Rot. Original: James Gray & Ric Menello. Fotografia:  Darius Khondji. Música: Christopher Spelman. Montagem: John Axelrad & Kayla Emter. Dir. de arte:  Happy Massee & Pete Zumba. Cenografia: David Schlesinger. Figurinos: Patricia Norris. Com: Marion Cotillard, Joaquin Phoenix, Jeremy Renner, Dagmara  Dominczky, Jicki Schnee, Elena Solovey, Maja Wampuszyc, Angela Sarafyan.

Em 1921, Ewa Cybulska (Cotillard) chega a Nova York com a irmã Magda (Sarafyan). Quando passam pela triagem na ilha de Ellis, Magda é detida por tuberculose. Ewa se vê premida a fazer um acordo que a leva a Bruno Weiss (Phoenix), cafetão que lentamente a introduz no mundo do vaudeville e da prostituição. Ewa, objeto não apenas do desejo como do afeto de Bruno, também desperta a atenção de seu primo, Emil (Renner), que realiza números de magia. Os primos não se entendem e, num acesso de fúria, Bruno interrompe uma apresentação de Emil no momento em que esse chama Ewa ao palco. Emil, no entanto, não desaparece, surgindo regularmente e, certa vez, pedindo que Ewa fuja com ele e abandone a cidade.  Emil afirma que possui dinheiro que poderá livrar Magda do confinamento. Bruno retorna. Ewa havia pedido que Emil se escondesse. Esse surge e em meio a uma briga e Bruno o mata. Ewa continua se prostituindo. Certo dia, a polícia se aproxima e ela foge. Bruno é espancado e assaltado pelos policiais. Agora ele já não possui o dinheiro que ajudaria na libertação de Magda e, junto com Ewa, encontra-se na mira da polícia.

Menos interessante talvez pela história em si que conta, não exatamente original, que pelo modo como conta sua história melodramática, mas observada com relativa contenção. Não se apela tampouco para a monumentalidade da reconstituição de época, como habitual em produções ambientadas em outros períodos. Em seu distanciamento emocional,  não apela tampouco à ironia, como Fassbinder, cineasta notório por sua relação ainda mais complexa com o melodrama. Dito isso, tampouco o filme está isento de problemas. Centrado sobretudo na dinâmica da interpretação de seus personagens e repleto de bons achados, como o que as prostitutas recebem uma ainda tímida Ewa na casa de banhos, o filme se apresenta desigual, no entanto, nas interpretações principais, com a protagonista feminina se saindo melhor e mais ajustada à chave do filme que seus contrapartes masculinos, sobretudo Phoenix, mais próximos dos excessos tradicionais, não sendo surpresa se saber, segundo o próprio realizador, o papel ter sido pensando especificamente para Cotillard e o projeto somente ir adiante com sua participação. O roteirista Menello morreu de ataque cardíaco antes do filme ser lançado. Ele já havia colaborado anteriormente com Gray em Amantes (2008). 2929 Prod./Wild Bunch/Tempesta Films. para Magnolia Pictures. 110 minutos.

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