Filme do Dia: Buy Your Own Cherries (1904), Robert W. Paul

 


Buy Your Own Cherries (Reino Unido, 1904). Direção: Robert W. Paul.

Homem de roupas andrajosas interrompe os galanteios entre a dona de um bar e um cliente grã-fino a quem ela mima pondo cerejas recém-compradas em sua boca. Quando o homem tenta se apoderar de uma é convidado a sair do estabelecimento. Ao chegar em casa, briga e estapeia a mulher. As crianças, escondidas embaixo da mesa, ficam com o pão que ele joga. Ao sair de casa é abordado por um pastor defronte a uma igreja que o faz mudar de atitude perante a vida. Recusando voltar ao bar, ele vai trabalhar e retorna para casa trazendo mimos para suas crianças e esposa, tratando – e sendo tratado – por todos de forma digna.

Ainda mais que A Drunkard’s Reformation (1909), de Griffith, a conversão aqui soa demasiado rápida para soar crível. Apresenta uns 7 ou 8 quadros, em alguns deles existindo uma correlação direta de espaços adjacentes, na maior parte não. Se o espectador pode inicialmente apontar numa situação envolvendo o trio que surge ao início ficará surpreso não apenas que tal não ocorra como – e principalmente – que a perspectiva aqui seguida  seja do pobre e não do burguês, como habitualmente se esperaria de Griffith. Curiosamente, as cerejas aos quais o título se refere possuem uma força simbólica, mesmo não possuindo uma relação direta com a regeneração,  já que o que fica subentendido é que elas simbolizam um presente galanteador entre um casal, e o fato do protagonista já poder compra-las e não esquivamente furta-las é um atestado de sua “dignidade recuperada”. Robert W. Paul. 4 minutos e 14 segundos.

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